Essa tristeza que me envolve, taciturna,
que me embriaga com um vinho tão amargo,
E essa água que me afoga e que eu trago,
atormenta-me, fechando-me numa urna.
que me embriaga com um vinho tão amargo,
E essa água que me afoga e que eu trago,
atormenta-me, fechando-me numa urna.
Então, enluto, no meu canto, sou noturna.
Lua minguada, já sem brilho, sem mais nada.
Eu sou a chuva de uma estrada apavorada,
cujo lamento me arrasta e me enfurna.
Esvaziada, solitária em minha tumba,
vou me enterrando cegamente nessa lama.
Eu sou as cinzas que ninguém nunca reclama.
Dança maldita, descompasso dessa rumba.
Sou o inverno do inferno que me bumba,
e me tortura numa rouca solidão.
Louca agonia chega a mim pra dar vazão
a esse pranto que no chão me prende e chumba.
Luzia Cardoso (Luna)
RJ, 09/06/2010
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