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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

João era o meu homi (A saga de uma família de migrantes)





João era o meu homi

Cumpadi qui sina triste
a morte di tua muié.
Botemu dedu em riste
é nu nariz dus coroné

Eu também num tive sorti,
pois eu perdi mó cumpanheru.
Nóis viemu lá du norti,
para u Rio di Janeru.

Veiu eu, ele i dez fio,
nesse sonhu di mudança,
i cheguemu aqui nu Rio
para vivê di isperança.

Nós passemu muita fomi,
vimu muita da tristeza.
Nu Brasil isso tem nomi,
que é a tar da safadeza.

Toda a riqueza qui nóis vê
somu nóis qui produzimu,
mas vem dotô qui sabi lê
diz: - É meu! Acreditemu.

I foi nessa dura lida
qui u meu homi sucumbiu.
Trabalhô duru na vida,
du andaime ele caiu.

Labutava di pedreru,
dia di sór i di chuva.
Saia sempri ligeru,
i num durmia na curva.

Foi qu'um dia sem cumida,
sua vista foi turvada,
a mente infraquecida,
i morreu numa tombada.

I agora, mó cumpadi,
vivo só co mó dez fio.
Nenhum patrão nus acodi,
temu fomi e muitu frio.


Por Luzia M. Cardoso


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