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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

2018 por Inteiro


2018 por Inteiro


Eu quero ver as esquerdas nas ruas,
Megafones e carros de som ecoando 
nas portas de fábricas, empresas,
nas entradas de terminais rodoviários,
ferroviários, metroviários
e nos centros comerciais 
de cada bairro popular!


Eu quero ouvir o grito forte do trabalhador, 
do estudante...
Militante, simpatizante, 
organizado, desagregado 
Sempre atuante...

Eu quero ouvir o coração 
de cada cidadão, de cada cidadã,
bumbando forte o sangue quente
que corre nas veias 
ferventes de verão. 

Eu quero, por ser massa,
o povo fermento
em marcha unificada, 
bairro a bairro, 
gueto a gueto,
tomando as estradas, 
dobrando as esquinas, 
rompendo os becos...
Despachando encruzilhadas!

Eu quero nossas cabeças erguidas,
elevando os nossos à linha do horizonte!

Eu quero nossos pés firmes, no chão,
Em movimento e sempre em frente!

Eu quero as nossas mãos ativas, juntas, 
desentulhando todo esse caminho 
que é nosso!

Eu quero te olhar 
e eu quero que me olhe,
como eu me olho 
e você se olha 
nos espelhos nossos de cada dia!

Eu quero que o meu, 
eu quero que o teu, 
eu quero que o nosso futuro 
seja por nós garantido, 
arrancando-o das vitrines caras e luxuosas... 
Terminais do mercado financeiro!


EU QUERO QUE FAÇAMOS 
QUE O NATAL SEJA REAL!

EU QUERO UM ANO NOVO,

QUE GARANTA QUE A VIDA 
SEJA BENDITA
- ABENÇOANDO O FRUTO -
PARA CADA UM DE NÓS!

EU QUERO, PARA TODOS NÓS,
O 2018 POR INTEIRO!!!


Luzia M. Cardoso

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Tecidas Teses



                                                                   Dialogando com o desenho de Fernando Szklo. 











Título do desenho:"Rosas a me Seduzir"

Foto e desenho de Fernando Szklo.



Sugestão de leitura: 

A Mulher Aranha e a Mulher Pensamento. 

A Lenda de Aracne e Atena. 

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A Montanha e o Sol


A Montanha e o Sol

“Não importa o tamanho da montanha,
Ela não pode tapar o sol.”
(Provérbio chinês)



“Não importa o tamanho da montanha, 
Ela não poderá tapar o sol.” 
Se na planície faz sombra tamanha, 
Atrás da serra há forte farol. 

Por mais que invente qualquer façanha; 
Qu'eleve o cume com frio cerol... 
“Não importa o tamanho da montanha, 
Ela não poderá tapar o sol.” 

Por mais que a noite transborde em sanha; 
Que outras forças se aliem em prol... 
O dia nasce e das trevas ganha. 
O céu se abre aos raios do sol, 
“Não importa o tamanho da montanha. 

Luzia M. Cardoso

domingo, 19 de novembro de 2017

Bonde Desenfreado (Rondó)




Bonde Desenfreado (rondó)


Rataria forma o bonde!
A mão grande não esconde.
Em conluio com os gatos,
Normatiza os assaltos
E quem sofre não responde.

Nas planícies, nos planaltos,
Rataria forma o bonde!
A mão grande não esconde.

E rói tudo a custos altos,
Sem temer força que a ronde,
Já que é sócia de arautos.
Rataria forma o bonde!
A mão grande não esconde.

Luzia M. Cardoso

sábado, 18 de novembro de 2017

Com as Honras da Casa (Rondó)



Com as Honras da Casa (Rondó)



Gaviões comem primeiro!
Galos papam o dia inteiro.
Dez por cento da ração
E mais dez da criação 
Quando entregam o galinheiro!

E brindando a união,
Gaviões comem primeiro!
Galos papam o dia inteiro.

Quando há contestação,
Forçam à submissão 
Arrochando o cativeiro.
Gaviões comem primeiro! 
Galos papam o dia inteiro.

Luzia M. Cardoso

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Gavião no Galinheiro (Rondó)


Gavião no Galinheiro (Rondó)


Gavião, bicho matreiro,
Fez do galo seu olheiro.
Ronda a posse, lá do alto,
Rastreia morro e asfalto,
Controlando o galinheiro

Sem temor ou sobressalto.
Gavião, bicho matreiro,
Fez do galo seu olheiro.

Tosquiado, qual carneiro,
Frango pena o dia inteiro!
Quando um pinto pia alto,
Garnisé manda ser cauto.
Gavião, bicho matreiro,
Fez do galo seu olheiro.

Luzia M. Cardoso



quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Barquinho do Horizonte



Barquinho do Horizonte 

(Rondel) 



O barquinho do horizonte,
Que veleja à luz do sol,
Tem a popa n’anteontem,
Tem, na lua, um farol.

Caso o tempo lhe apronte,
Vira a proa pr’arrebol,
O barquinho do horizonte
Que veleja à luz do sol.

Ao mastro, a brisa é fonte,
Refrescante aerossol.
Onde atraca, tem um monte,
De lá, ouve o rouxinol
O barquinho do horizonte.

Luzia M. Cardoso

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Triolé do "Deixa Rolar!"



Triolé do “Deixa Rolar!”

No alto, só barganhas.
Aqui, “Deixa rolar!”
Nas caras enfadonhas. 
No alto, só barganhas 
De partidas tacanhas 
Com muito blá-blá-blá... 
No alto, só barganhas. 
Aqui, “Deixa rolar!” 


Luzia M. Cardoso

sábado, 11 de novembro de 2017

Ao Tempo



Ao Tempo


Lá se vai a Primavera
Sem ter tempo de voltar
E sem porto de espera.

Passa longe o Verão
Das chamas à flor da pele,
Das águas que vêm e vão.

E o Outono, displicente,
Trança as palhas do caminho...
Se há flores, nada sentem.

Ventos frios pastoreiam
Rastros d’outras estações
Nas aves que’ainda gorjeiam.

E as nuvens lá de fora
Brotam dos olhos meus
Vendo as cores irem embora.


Luzia M. Cardoso

Dialogo poético com a segunda cena de Fernando Szklo que compõe o díptico "Inverno".


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Em Tempos Reais



Em Tempos Reais 



Quando adentra o temporal
Acinzentando a alma,
Ela, em sombras, s’espalma
No olho do vendaval.

Caem gotas que surpreendem
Quando alagam arredores...
Secam afetos, regam dores,
Muitos elos já desprendem.

As nuvens do litoral
Amordaçam corações.
Da razão, tantos senões...
Para o bem ou para o mal.

Sigo em frente o meu caminho,
Outros, perto, longe, atrás...
E a roda gira mais,
Juntando quem vem sozinho.

Luzia M. Cardoso

Dialogando com uma das cenas que compõem o díptico "Inverno", de Fernando Szklo, em homenagem a mim e ao poeta Odir, pelo dueto de mesmo nome. https://evivendoquesevive.blogspot.com.br/2012/07/inverno-dueto-odir-milanez-e-luzia-m.html

domingo, 29 de outubro de 2017

Triolé do Pinto Mau



Triolé do Pinto Mau 


O pinto traiu o galo
E muito vai lhe doer,
Se o mal lhe traz regalo.
O pinto traiu o galo!
Do que causou o abalo,
Ele irá se arrepender!
O pinto traiu o galo
E muito vai lhe doer!

Luzia M. Cardoso

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O Dia B


O DIA B


Quando o tempo permitir;
Quando o sol não mais queimar;
Quando a noite não cair...

Quando o outono acabar;
Quando o roseiral florir;
Quando o cravo perfumar...

Quando o rio bem fluir;
Quando o vento refrescar;
Quando a ressaca abrandar...

Quando a bota não pesar;
Quando o chumbo não furar;
Quando o pau não mais baixar...

Se o espelho limpar;
Se cara a cara eu ficar;
Se em ti me refletir...

Nesse dia, só, então,
Quando todos derem a mão,
Teremos uma Nação.

Luzia M. Cardoso
RJ, 25\10\2017

domingo, 22 de outubro de 2017

Triolé do Scott Mingau


Triolé do Scott Mingau


Mingau virou as costas,
Ratinhos vão à farra?
Mingau terá respostas!
Mingau virou as costas!
Com unhas bem expostas,
Termina a algazarra.
Mingau virou as costas!
Os ratinhos vão à farra?

Luzia M. Cardoso

Triolé do Anjo da Guarda

Foto de Fernando Szklo, de um quadro a óleo pintado pelo próprio:
Uma intervenção a partir de um dos anjos de Rafael Sanzio.


Triolé do Anjo da Guarda 


Um anjinho t’acompanha,
A bons caminhos conduz!
De bênçãos ele te banha.
Um anjinho t’acompanha.
Não teme e não estranha,
Dá-lhe a mão, recebe a luz!
Um anjinho t’acompanha .
A bons caminhos conduz!

Luzia M. Cardoso

sábado, 21 de outubro de 2017

Por Metro


POR METRO


Sou pedreiro, faço pontes,
Faço prédio, faço estradas
E também faço o mirante,
Como faço a sacada
Onde prendo aquela rede
Que te guarda, na jornada,
Quando miras o horizonte.
Sou pedreiro e me apronto
Para toda e qualquer obra.
Do que faço, eu me orgulho:
Troco piso do banheiro,
Sala, quarto e cozinha.
Sou quem ergue as paredes
Pondo vigas e tijolos.
Bato lajes, boto telhas,
Faço escadas e muito mais.
Nesse mundo de meu Deus,
Devo ser seu assistente.
Se tens casa para erguer,
Uma para consertar,
Podes, pois, me contratar.
Hoje, agora, ou logo mais,
Amanhã ou outro dia.
Deixarei meu telefone,
Assim podes me chamar.
Onde estou, tem outros mais.
Somos muitos, muitos, tantos.
Há ferreiros, há pintores,
Marceneiros, armadores,
Serventes, encanadores,
Eletricistas e bombeiros,
Cozinheiras, confeiteiras,
Há babás e faxineiras,
Lavadeiras, costureiras,
Sapateiros, artesãos...
Do trabalho, o que pensares,
Tu encontrarás por lá.
Onde estou, tem outros mais.
Outros tantos pés e mãos
Com projetos na cabeça
De ter vida para todos
E que nunca haja fome,
Nem crianças ao relento;
Onde velhos contem histórias
Registradas em memórias;
Onde existam garantias
Do presente à vida afora:
De um futuro sem muros;
Onde todos tenham nome
E um mesmo sobrenome:
Que sejamos os “da Terra”,
Desfrutando dos recursos
Dessa Terra de humanos,
Dessa Terra de mortais.
Onde vivo, vivem mais.
Todos nós, em movimento.
Todos nós, trabalhadores,
Na massa, somos fermento
E a liga mais concreta,
Pois, do chão à construção,
Imprimimos digitais.
Trabalhadores com sonhos,
De esperanças repletos...
Apesar do pesadelo
De ver faltar o provento
Pra pagar o aluguel;
A desapropriação,
Noites de chuva e frio,
Do cacete e do berro,
Dos fantasmas sob a ponte,
Das sombras, dos funerais...
Nós somos trabalhadores
E não somos virtuais:
Sangue corre nas veias,
Suor escorre na pele,
Nosso corpo sofre ao tempo,
Nossas lágrimas são reais,
São reais nossos afetos.
Nós somos trabalhadores,
Trabalhadores Sem Teto.


Luzia M. Cardoso

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Gatos e Ratos (no mesmo mote)



Gatos e Ratos
(no mesmo mote)


Já não sei mais, “seu” doutor,
O que é certo ou errado,
Quem é deste ou do outro lado,
Do Diabo ou do Senhor,
Quem goza ou sente dor.
Praga, que tudo infesta,
Corrompe gente honesta
Com farsas e vis propostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

O troca-troca, lá no alto,
Avilta quem está no chão,
Deixando muitos sem pão.
Da planície ao planalto,
Desproveem, de assalto,
Nossa gente tão modesta.
E ninguém se manifesta!
Querem votos e apostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

Amarelam os vermelhos,
Os de faces arroxeadas!
Varandas gourmetizadas
Cobram dobras de joelhos,
Pois não metem os bedelhos
Gente que jura, atesta,
E a tudo já se presta,
Pr’afiançar rola-bostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

Cai máscara da geral
No horário que é nobre.
Ninguém teme, nem encobre,
Tanta prática amoral.
Tamanha cara-de-pau!
Não se espia pela fresta
O que à luz se manifesta.
As cartas foram expostas!
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

Luzia M. Cardoso

sábado, 30 de setembro de 2017

Malas


Malas


Malas fechadas,
repletas, caras,
voando alto,
caiam fazendas,
branqueiam empresas,
também, salões 
de altas mansões.

Descem em planaltos,
planícies, asfaltos,
por terra e mar...

Saltam em porões
das delações.

Se chegam aos morros.
becos e ruelas,
Pó de favelas.

De mão em mão,
caem nos espaços
dos pratos rasos
dos que queriam
um par de asas
Para voarem
além das sombras
das periferias.

Lá, não sobram malas.
Lá, só mandam balas.
Lá, jaz no asfalto
esperanças frias.

E a média fachada
bate as panelas
da euforia.

Luzia M. Cardoso
RJ, 30\09\2017

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Tempos de Mim






Tempos de Mim


Às vezes, 
leve como uma manhã primaveril. 
Noutras, 
tempestades, trovoadas 
e ventania em alto mal. 

Luzia M. Cardoso
RJ, 29\09\2017

sexta-feira, 16 de junho de 2017

GRILHÕES



Grilhões


Co’Amor de minha vida
Pensei em ser feliz,
Logo, surpreendida,
Co’a vida por um triz.


Xingou-me de vadia,
Piranha, arrombada...
Que,’agora, me queria
Ver morta na estrada


Desfez do que eu fiz,
De todos os meus amigos
Cortou-me a raiz.


E diz que me protege
Tornando-se o perigo,
Pintando-me de bege.


Depois dos safanões,
Dos chutes, bofetadas,
Suplica por perdões,
... Me sinto tão culpada...


Rasgou meus documentos,
Movido a rancor.
De mágicos momentos,
Ao inferno da dor.

Diz que se arrependeu
Que não estava em si
Quando me ofendeu


Eu sinto tanta pena,
Que fico presa aqui,
Com rezas e novena.


Há dias de carinho
Seguidos às explosões.
Lá fora, tão mansinho...
Cá dentro, turbilhões.


Até pensei fugir...
Olhando os meus filhos,
Não vi pra onde ir,
Com tantos empecilhos...


Há os que acreditam
Que gosto d’apanhar
E muitos me evitam.


Pensam que sozinha
Posso me libertar
Do mal que s’avizinha.


Em mim, não creio mais,
Sinto não ter saída.
Distante da tal Paz
Em trágica partida


E sigo a vida assim...
Rodo num ciclo louco.
Sem forças, já sem mim...
Morrendo, pouco a pouco.


Às vezes, na certeza
De ser o próprio mal,
Largo-me à correnteza...


Noutras, já acredito
Ser tudo tão normal,
Fecho meu veredito...


 Luzia M. Cardoso

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