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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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domingo, 26 de junho de 2011

Um Pilar para o Futuro



Um Pilar para o Futuro
Luzia M. Cardoso


A roda que gira no espaço
virando-nos de ponta à cabeça,
ata-nos ou afrouxa os laços,
fazendo que tudo aconteça.

O circo parece uma roda
colorida no centro da praça,
onde o palhaço também incomoda
pintando na face a desgraça.

E um profeta girou nesse mundo,
num caminho escuro e profundo,
com versos à flor da aspereza.

Semeou, em vales profanos,
as sementes de outro plano,
rogando só por gentileza.


(À passagem do Profeta Gentileza - 1917-1996) 



sábado, 25 de junho de 2011

Sem Medida




S      E      M       M     E     D     I     D      A


Bem me quer,

Vou chorar

se não der

O que faço

du mon coeur

il preure

pour toi.

Quero agora

te beijar

se você

puder deixar.

Et regardes moi

il n'y a pas de rimes

sans toi.

Et maintenant,

qu'est ce

que tu faire?

Vou falar

de toda forma

que je t'aime

mon amour

and I speak

I love you.

Bem me quer

é o meu tema

e o teu beijo

o meu poema.

Vou agora

te encontrar

se você me

acenar

Bem me quer,

nesse espaço

eu já não sei

mais o que faço.

Nessas linhas

que eu traço

quero apenas

o teu abraço

e toda rima

com amasso. 

Só não quero que teus passos 

desalinhe o compasso

destes versos

 feito a metro                             

E assim eu inventei

                            um poema sem media .      

                            Acho é que

                            um concreto,

                            Se não soa

                            como um soneto,

                            Criadora e criatura...

                          ou será só  criação

                            nessa louca

                            que confusão?

                        

  Luzia M. Cardoso


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Paixão pelo Poeta




Desde criança que eu ouço esse moço.
Ainda com olhos de esperança,
já acolhia os seus versos.
E eu virei a Carolina da janela
imitando a morena
e o requebrado dela.
Fui crescendo, fui ficando diferente,
mas nunca indiferente aos versos do poeta.
E foi assim que passando na avenida,
vi sangrarem as feridas quando a noite se fechou.
Cantei o seu hino e, aos gritos, disse não
para as botas já blindadas de uma longa repressão.
Voltei malandra, Januária mais formosa.
Fui a musa caprichosa, flor pintada em toda tela.
Virei Joana e trouxe o lema da Bastilha
que mofava numa ilha, sem ganhar a liberdade.
Da igualdade muito gente caçoava,
com falsas fraternidades que propagavam pelos bares.
E na cidade, fui a noiva cobiçada,
Rita, Rosa adorada
pelos moços da estrada.
Mas caro Chico, não há como ser estátua,
pedra fria e idolatrada nesse céu azul anil.
Mulher que chora, cora, ora e implora,
sinto meu sangue quente escorrendo pelos poros.
Mais que um corpo, busto, rosto e belas ancas,
a poesia está nos livres movimentos.
Ah, os meus sentimentos, tantos mágicos momentos
aos acordes da viola embalados por sua voz...
Não quero um mito. Assim, não ligo não,
Tenho por ti adoração, já que é teu o meu coração.
Mas caro Chico, responda apenas à questão:
A rima foi um sacrifício, ou brincou com o desperdício
de curvas sem orifícios?

Luzia M. Cardoso 
http://evivendoquesevive.blogspot.com

 Foto retirada de http://www.letras.com.br/fotos/chico-buarque 
Para ouvir "Meu Querido Diário", Chico Buarque de Holanda http://www.youtube.com/watch?v=FytK4gJazog


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sem Céu





SEM CÉU

Acordei... Um outro dia... Ao abrir minha janela,

      eu vi escuras ruelas, sem a luz da poesia.

      Fui direto para fora... Onde sobem as paredes,

      muitos caem pela sede ... E o sonho não vigora.

      Lá, não vi o horizonte, nem a sombra da aurora.

      Onde o sol ficou de fora, não há cores, nem poente.

      Lá, o medo pulsa a aorta, frente ao lodo que avança.

      Vi morrer toda a esperança, com a dor batendo à porta...

      E minha fé foi para o léu, pois ali, naquele dia,

      enxerguei o que não via: a imagem dos sem céu

Luzia M. Cardoso


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