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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Na Azia da Marmelada

 
 
 
Na Azia da Marmelada

Vinham andando na floresta
jacutinga e tatu-bola,
quando viram um clarão
puseram a mão na cachola.
- "Já não canta, aqui, a mata!"
Aumentou o tom a prata,
sem nenhuma compaixão.

Os morros, todos carecas,
mostram os deslizamentos.
Malhas de fortes raízes
em tão fraco argumento.
Dão hectare¹ pr'um boi
e produzem o que destrói
o ozônio do firmamento.

Grita a fonte ressecada:
- "Tem veneno à cabeceira!"
Nas cinzas do pau-brasil,
cai em prantos a aroeira.
Viu sangrar, jacarandá,
exilado no além-mar,
o mogno da prateleira.

Desfalece o quati
às margens do rio morto
que sucumbiu ao flagelo.
Aleijado, sem recursos,
sem a força de seus braços,
represado nos espaços
da aliança dos discursos.

Jacaré ficou sem dente
de tanto que mordeu ferro.
Seus filhotes, condenados,
são só botas no desterro.
E viu despirem os rios,
sem trégua, a sangue frio,
sob o comando dos berros.

Dejetos, jogam no lago;
fumaça, lançam ao céu;
homens se apossam do tudo
com a força do papel;
trocam o verde d'altas copas
por passeios na Europa
e fotos em mausoléu.

Se têm muito, querem mais.
Desejam tudo explorar,
construindo sobre dunas
as malhas que vão usar.
Com essa tal de ARC²
estreitando a APP³,
nada vão recuperar.

O Código da Floresta
pouco a pouco destroncado,
letra a letra arrancada
por discurso afiado.
Nem a força das enchentes,
nem a foice à nossa frente
mudam o que foi pactuado.

Preocupo-me, aqui,
eu e outros, não estou só.
Sei que dona natureza
quando bate, não tem dó.
Junta o luxo da mansão
com o barro do peão,
transformando tudo em pó.

Luzia M. Cardoso
(Poema, foto e edição)
 
Troquei o último verso para "Foi assim no Tororó", pois remete à cantiga de roda, onde já parecia faltar água (rsss)
No site Poesia Pura, mantive o verso "Assim vi nos Cafundó", pois gosto de terminar os cordéis com o heterônimo Tonha dos Cafundó.
Em 12\06\21 eu mudei o sexto verso da primeira estrofe.  Era " Foi bradando o som da prata." Contudo, bradando e som é muito redundante. Daí, alterei para: "Aumentou o tom, a prata". 
 é 
 
Notas:

1- Hectare = 10.000m²
2 – ARC – Área Rural Consolidada
3 – APP - Área de Preservação Permanente


Cartilha do Código da Floresta

Link >>> http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_setoriais/Hortalicas/26RO/cartilhaCF.pdf
 
 

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe



Mãe é a vara
e o coração;
é a insensatez
e a razão;
é o vinho
e o pão;
é a lágrima
e o perdão.

À minha mãe,
Feliz dias das Mães!

Luzia

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