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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Diário da Pandemia - últimos dias de abril


Diário da Pandemia
Fechando abril

Luzia M. Cardoso


Vinte e nove de abril
Com mais mortos que a China
Quem preside o Brasil
Lembra ave de rapina.

Somam quinhentas por dia
As mortes neste país
E muito mais anuncia
Nosso SUS sem diretriz.

"E daí?", já escancara
O messias sem milagre.
Que, sem máscara na cara
Seus deboches o consagre.

Empresa comprou da China,
Dos tais kits, muitos milhões.
A venda será uma mina
Rendendo muitos trilhões.

Teste rápido em farmácia
Por valores imorais.
Duvidosa eficácia
Custando muitos reais.

Estimam doze milhões
De testes feitos ao mês.
Calcule quantos trilhões
Vão pro cofre do burguês.

Anticorpos ele informa
Se você os fabricou.
Não afirma, d'igual forma,
Se não te contagiou.

Com o caos já instalado
Mais reabrem o comércio,
Feira livre, logo ao lado,
Sob aplausos de néscio.

Último dia 'abril,
A morte acelerou
E a política tão hostil
O povo ignorou.

Prefeitos mais alinhados
Àquele tão  poderoso,
Deixam o povo de lado,
Seguindo em ato danoso.

Racham o confinamento:
Pra quem vende, a fartura
Com  tecido, aviamento...
Aos custos de muita amargura.

Quem preside nossa Câmara
Adia a discussão,
Apesar de estar tão clara
Qual seria a solução.

Pede calma aos brasileiros,

O impeachment segura.

Preferindo os bueiros

Transbordantes de agruras.


terça-feira, 28 de abril de 2020

Diário da Pandemia - ainda em abril


Diário da Pandemia
Ainda em abril
Luzia M. Cardoso


São vinte e seis de abril
Um domingo de outono
Com o povo mais febril
Diante do abandono.

Segunda, vinte e sete,
As mortes se multiplicam,
Sintomáticos sem teste...
Pelo alto, prevaricam.

Auxílio'Emergencial
Deixa o povo aflito.
Um descaso sem igual
Não é crime nem delito?

O dinheiro nunca sai
Nem pra quem já foi aceito.
Na conta, ele não cai,
Apesar de tudo feito.

Muitos seguem sem acesso,
São  cidadãos invisíveis,
Sem CPF, sem sucesso,
Sem providências cabíveis.

Empresários demitindo,
Não toleram não lucrar.
Continuam insistindo
Para tudo liberar.

Os que foram demitidos,
Do Seguro Desemprego
Permanecem tolhidos,
Ficando em desassossego.

Isso não é genocídio?
Que outro nome dará?
Sem salário ou subsídio,
Alguém subsistirá?

Vinte e oito de abril,
Os mortos notificados
Chegam quase a cinco mil.
Há casos não informados.

Síndromes respiratórias
Vão nos registros de mortes.
A corona nas histórias
É suspeita ė muito forte.

Governantes só assistem
A tragédia acontecer?
Economia discutem,
Sem o SUS abastecer.

No Rio, os federais
Com leitos de UTI
Nas manchetes dos jornais
Sem Covid assistir.

Há hospitais privados
E hospitais militares
Não universalizados
E morte rondando os lares.

Com oxigênio em falta
Sufocando nas cadeiras,
Desespero aos olhos salta
Frente à ordem nas fileiras.

Containers estão à porta
Da emergência pública
Para tanta gente morta
De nossa  rica República.

Pessoas alienadas,
Querendo se divertir,
Vão às ruas, agrupadas...
Mais doentes vão surgir!

Quarentena à lava mãos,
Um produto brasileiro.
Transitando, cidadãos
São do vírus hospedeiro.


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Diário da Quarentena - abril, 2020


Diário da Pandemia
Abril, 2020
Luzia M. Cardoso


Social isolamento,
Poucos governos bancaram.
Caem ações, quanto lamento!
Nossos mortos desdenharam.

Já cedendo à pressão,
Segue frouxa a quarentena,
Com a caneta à mão
Muito mais se apequena.

Quarentena à brasileira
Tudo pode funcionar.
Delivery, a maneira,
Com motoboy a pilotar.

O pedido no balcão
Carrega de lá para cá.
O vírus entra em ação
infestando o que dá.

Vai das mãos para o pacote,
Da máquina pr,outra mão...
Muito antes que se note,
S'infiltrou lá no pulmão.

Negociatas no alto
Com frieza sem igual.
Vidas tomam de assalto
Com projeto imoral.

Quem vive de explorar
Não suporta a quarentena,
Força o povo a trabalhar
E ao vírus o condena.

E, de bandeira na mão,
Vão gritando pela rua:
"Que s'exponha o peão,
Já que é essa a sina sua!"

Sabe aquele do Planalto
Que o povo confiou?
"30 mil nem é tão alto!"
Mais à morte ofertou.

"Não tem negociação!"
Decreta em alta voz.
Fecha a cara, pesa a mão
Larga sua sanha feroz.

No entra e sai de ministros
A saúde se esvai.
Quanto ao CID nos registros,
Quem confia no que sai?

Milhares contaminados,
Com centenas a morrer;
Hospitais abarrotados,
Pra salvar tem que escolher.

Enquanto o rabecão
Para à porta d'emergência
Para pegar o caixão
Dos privados d'existência.

Vinte e quatro de abril,
SUS está colapsando
Morreram mais de três mil,
Com mais de dois confirmando.

Cemitérios abrem covas
Às centenas, lado a lado.
Pobre gente, tantas provas!
O último adeus?  Negado!

Ataúdes vão lacrados
Pras covas rasas no chão.
Pra imprensa, encastelados
Dizem não ter solução.

Do outro lado da cena,
Gauches olham de lado:
Sempre a velha cantilena
De  povo alienado.

Nesse país federado,
Com capital no comando,
  Mais o povo é sufocado...
Valei-nos, Deus! Até quando?

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Isolamento Social e Quarentena


Isolamento Social e Quarentena


Para o vírus segurar
Fique em casa, por favor,
Seja lá você quem for!
Socialmente s'isolar,
Pra ninguém contagiar.
Fique só com quem já mora,
Nada de rolê lá fora.
Você não pode dar mole,
Pra que'o vírus não controle.
Tem que agir logo, agora!

O contato social
Com parentes e amigos,
Com quem quer estar contigo,
Faz por meio virtual:
Chat, vídeo... Na moral!
Viva voz, ao telefone;
Face, Zapp, adicione.
Restringindo o contato
Impedimos, e é fato,
Que'o vírus mais impressione.

Caso tenha algum sintoma:
Tosse seca; febre baixa;
De dor no corpo se queixa;
Não sente cheiro, aroma;
Um cansaço já te toma;
Tem qu'entrar em quarentena,
Ainda mais sair de cena
Durante quatorze dias,
Sem medo ou euforias.
Logo passa, vale pena!

No quarto, sempre sozinho.
Deixe-o bem arejado,
Se possível, ensolarado.
Deixando tudo limpinho
E se cuide com carinho.
Manter dos outros distância,
Sempre com muita elegância.
Pra cozinha ou banheiro,
Ponha a máscara primeiro.
Nada de intolerância.

Se morar com muita gente,
Terá que dormir sozinho.
Improvise um cantinho.
Mas tenha sempre na mente,
Máscara é permanente!
Tenha outras pra trocar,
Lave pra reutilizar.
Toalha, prato, talher,
Já separe, se puder.
Lave, se compartilhar.

Aos sintomas, atenção!
Eles têm que abrandar,
A febre tem que baixar
Usando medicação,
Com receita sempre à mão.
Persistindo febre alta,
Se o ar sente que falta,
Vá pra uma emergência,
Ou Serviço de Urgência.
Lá, aguarde a sua alta.

Não se deixe abater,
Isso logo vai passar,
Sem ninguém contagiar!
Busque algo pra fazer:
Músicas; livros pra ler;
Nas redes, cursos, conversas;
E coisas, as mais diversas.
Se hidrate a toda hora.
Mande a tristeza embora!

Tonha dos Cafundó



sábado, 18 de abril de 2020

Máscara na prevenção da Covid-19

Máscara na prevenção da Covid-19

Bora ver estranho fato: 
Qual é a dessa tal máscara
Que pedem pra por na cara?
Parece tão caricato!
 Tenho decara  gaiato?
Se não sinto o tal vírus,
Meus olhos não jururus
E se não é carnaval,
Parece tão surreal,
Andar como jaburus?

Acontece que a doença
Que esse vírus provoca
Não chega com muriçoca,
Não liga pra tua crença.
Te contagia sem licença,
Pela mão ou pelo ar.
Sai no ato de falar,
De espirrar ou de tossir.
  Mesmo sem você curtir,
Entra em ti ao inspirar.

Em tempos de pandemia,
Muita pessoa sarada,
Inteira e camarada,
Sem saber, te contagia.
Use, por sabedoria.
Máscara é prevenção,
Para ti e teu irmão.
Vírus não passa pra ele,
Nem carrega o que vem dele.
Mas há de ter precaução:

Lave as mãos antes do uso;
Pelas alças manuseie.
Mas calma, não se chateie!
Pode parecer confuso
Esse pano tão intruso.
Uma alça em cada orelha!
E não cubra a sobrancelha,
Só a boca e o nariz.
A ciência assim o diz,
Não saiu da minha telha.

Máscara bem colocada,
Não toque mais em sua face,
Mesmo que alguém s'engrace.
Não toque nela por nada!
Estará contaminada
Pelo ar que ali chegar.
Lembre que quando falar,
Ao espirrar ou tossir,
Se'algum vírus expelir,
Ela é que vai segurar.

Agora, muita atenção
Ao tempo de validade
Pra ter efetividade.
Duas horas, meu irmão!
E não é opinião.
O tempo qu'ela suporta
Pra saúde muito  importa.
Tenha outras pra trocar,
E antes, se'ela molhar.
Assim, a todos conforta.

Para a máscara tirar,
O cuidado é  redobrado:
Pelas alças, com cuidado,
Pra não se contaminar.
No lixo, pra descartar.
Se for reutilizável,
De pano, o mais provável,
Guarde-a em saco plástico.
Não precisa ser dramático,
Nem é tão é desagradável.

Lave as mãos logo em seguida.
Pode usar o álcool em gel.
Tire e limpe cada anel
Pra limpeza garantida,
Preservando tua vida.
Para reutilizar,
Basta a máscara lavar.
Sabe a água sanitária?
Pro vírus, morte sumária!
Secando, é só passar. 😉

Tonha dos Cafundó

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Bora falar do Corona?


Bora falar do Corona?


Tô ficando atordoado
Com tanta informação!
Isso não nego, não!
Às vezes, amedrontado,
Noutras, eu acho engraçado:
Uns me dizem, "Fique em casa!"
Outros, à troça dão asa?!
Sem trabalho, passo fome;
Porém, o vírus consome...
Frente à morte, grito: "vaza"!

Seu morrer, o bicho pega.
Sem cuidar mais da família,
Fica a morte de vigília.
E fogo, ela não nega,
Tampouco, ela arrega.
Vive à porta, à espreita.
Foice em punho, a sujeita!
Pronta pra vida ceifar
E tristeza semear,
Do vírus, se aproveita.

E, brincadeiras à parte,
O Corona "tá" bombando,
Na gente, multiplicando.
Isolada, mas com arte,
Chuto o vírus lá pra Marte:
Álcool ou água'e sabão,
Dou um trato em cada mão;
Podendo, fico em casa,
A ciência me embasa;
E não entro em multidão.

Se preciso ir à rua,
Vou com máscara no rosto.
Vírus não quero d'encosto.
A vida, minha e a tua,
Nesses dias, anda nua!
Num espirro, lá vai ela.
E não tem choro nem vela:
Com sorte, cai n'hospital,
Se não, terá funeral.
Basta uma piscadela.

Tonha dos Cafundó
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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Cordel do Corona - na Ciranda com Lilian Maial

Na ciranda com Lílian Maial , seguindo o mote:

                 Cordel do Corona

                        Luzia M. Cardoso

Já estou desesperada
Com a santa ignorância
Abraçada à ganância.
Essa gente alucinada
Diz que o vírus não é nada,
No máximo, um resfriado.
E sai, deixando de lado
O que leva à prevenção:
Máscara, água, sabão,
E socialmente isolado.

O Covid-19,
Por aqui, já faz a festa
Sem ligar s'alguém o atesta,
Nem se'há teste que'o comprove,
Pois com nada se comove.
Aproveita a secreção,
Superfícies e a mão.
No organismo ele  procria,
Vai causando avaria,
A saúde à exaustão.

Mas a tal da quarentena,
No Brasil, é algo drástico.
Com discurso tão sarcástico,
Há quem sugira novena,
Jejum, promessa com pena...
Promoveram a cloroquina
À mais nova papa fina
Do ambiente hospitalar.
Pra'economia salvar,
No povo, sem vaselina!

Quarentena vertical,
Isolando só idoso?
Eta, indivíduo ardiloso,
Acomunado co'o mal.
Do diabo, tem aval,
Se não for ele o capeta
Que por aqui s'aboleta!
Do povo, obsessor,
Cruel, sem nenhum pudor,
Essa coisa abjeta!

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terça-feira, 14 de abril de 2020

Diário da Pandemia: a Curva do gráfico


Diário da Pandemia:

A Curva do Gráfico

Luzia M. Cardoso

Dia onze de abril,
Vírus se mostra feroz,
Já matou pra lá de mil,
Ao deboche d'outro algoz.

E a curva vai subindo,
Somando quem'está morrendo.
Empresários insistindo
Que cifrões estão perdendo.

Quem diz que é gripezinha,
Engana a  população.
A tristeza s' avizinha,
Vem sem pedir permissão.

Desce a chuva... Fios finos...
Lava a alma da cidade?
Por aqui, os desatinos
Causam mais perplexidade.

Carreata de carrões
Pede o fim da quarentena.
Ameaças, palavrões...
De quem morre não têm pena.

Querem ver Infectados
Setenta porcento' ou mais.
Pobres sendo desprezados?
Vivos, mortos, tanto faz?

Dizem que a economia
Pode vir a matar mais
Quem de trabalho vivia,
Parando, perde a paz.

Mas quem diz só não explica
É que sem se isolar
Tudo muito mais complica:
O vírus pode matar!

Quando entrar em ação,
 O organismo atacar,
Talvez, nem internação
N'hospital vai encontar.

Já se passaram dois dias,
Hoje, 14 de abril,
Infectados, avalias?
São mais de 23 mil!

Conforme estimativas,
São mais, quinze vezes mais!
E não há perspectivas
De ter gestão eficaz .

Mato Grosso em colapso,
Sem leito pra internação.
Em Minas, que esculacho!
Querem o vírus em ação?

Em São Paulo fazem festas
Os tais "cidadãos de bem".
Vão às ruas, tão infestas,
Dizendo que vírus não tem.

No Rio, dá agonia!
A quarentena é virtual?
O comércio, que ironia,
Aberto na vida real.

Feiras, barracas de rua,
Bazares, papelarias...
Livre, o vírus continua
Vivente nas cercanias.

O gráfico já alerta
Que o caos é iminente.
Mas vemos gente que flerta
Com um projeto indecente.

Sobe a linha, livre, reta,
Vai pegando impulsão.
Vírus mata até atleta,
Não freia com oração.

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Diário da Pandemia: Rede de Saúde


Diário da Pandemia
IV - Rede de Saúde

Luzia M. Cardoso

Se notícias muito assustam,
Há os qu'insistem não crer.
Se expõem e se infestam,
Mesmo que possam morrer.

Emergências abarrotadas,
Leitos sem oxigênio,
Prateleiras esvaziadas
Atravessaram o milênio.

Sucatearam o SUS:
Não há recursos humanos;
O salário não faz jus,
Sem aumento há quatro anos.

EPIs não dão a todos
Que trabalham n'hospital
Racionados são engodos,
Infectam, fazem mal.

Morrem médicos, enfermeiros...
Outros tantos adoecem.
No meio desses atoleiros,
Há os que não esmorecem.

Presidente sai às ruas,
Sem ligar pra prevenção:
Ao nariz, leva mãos suas,
Quem s'achega, aperta'a mão.

Em um grupo é de novo
Em algum papo flagrado,
Diz  querer que todo povo
Venha a ser contaminado

No Brasil, mortos, agora,
contam para mais de mil.
"Vírus está indo embora."
Falou o Homem, em abril.

Que projeto social
Anunciam tais ações?
Não parece racional
Não medir implicações!

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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Diário da Pandemia : Março


Diário da Pandemia
III - Março

Luzia M. Cardoso


Passeatas e protestos
Abriram o mês de março.
No meio, muitos infestos,
Ao vírus, abrem espaço.

No Brasil, muitas dezenas,
Adentrando em hospitais...
Decretaram quarentena?
Esperaram um pouco mais.

Foram ouvir os patrões
Falarem  d'economia,
Desprezando os peões
Que se matam noite e dia,

Querem deles sacrifício
Também nessa Pandemia.
Aos que morrem, no ofício,
O desemprego remedia.

Estados fecham serviços,
Deixando os essenciais.
No Planalto, rebulicos,
Empresários querem mais.

Social isolamento
Mostrou ser eficaz
Mudar o comportamento
Previne ainda mais.

A expansão da pandemia
Passa a ser controlada:
Quarentena, assepsia,
Paciência n'empreitada.

Praças, ruas vazias,
Pessoas dentro de casa,
Mas quem se faz de messias
Pra fora bota suas asas.

Diz que falseiam os dados,
Que promovem histeria,
Insinua, em alto brado,
Que alguém demitiria.

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Diário da Pandemia: Fevereiro

Diário da Pandemia: Fevereiro

                        Luzia M. Cardoso


II - Fevereiro

Se ele mata os mais velhos,
Não é por ter preferência.
Jovens, adultos, fedelhos...
Vai minando a resistência.

Humano é dele pasto,
Meio de proliferar.
O seu campo será vasto
Se a gente s'amontoar.

Sem dar bola para o tal,
Brasileiro se amontoa:
Praia, farra, carnaval,
Busão, trem, muitos na proa.

Olha pros fatos no mundo
Como 'em banco de cinema
Não buscam saber a fundo,
Nem precaução pro problema.

No Brasil, pra piorar,
Os ricos, que de tão ricos,
Nem aqui querem morar.
Das regiões fazem pinicos.

Atacam a natureza,
Matando rios e mares; 
Florestas, sem sutileza,
Com fogo, leva aos ares.

Daqui, tiram a riqueza,
Explorando o trabalhador.
Vão gerando a incerteza,
A fome, tristeza e dor.

Os ricos não se importam
Se há gente em favelas,
Se em trens se amontoam,
Ou sem luz, acendem velas.

Para os ricos, se for pobre,
A morte é solução.
Crendo ter sangue nobre,
Da plebe, sem compaixão.

Pros ricos,  gente do povo
Só serve pra trabalhar
Se gratos sempre, e de novo
Migalhas abençoar.

Fazem crer que de direitos
O povo tem que abrir mão
E ficar bem satisfeito
De ter trabalho e patrão.

Insensíveis à fome,
Ao sofrimento que geram,
Ganância é sobrenome
Dos que'o entorno mineram.

Impõem ao povo o gueto,
Dos índios, tiram a mata.
Vivem armando coreto
Pra não perderem a mamata.

Quando'a pobreza explode
E se sentem ameaçados
Se'o recurso os acode,
Mesmo havendo exterminados,

Justificam logo o fato,
Dizendo ser solução
Amarga, d'imediato,
Sacrificar a nação.

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domingo, 12 de abril de 2020

Diário da Pandemia: Dezembro e Janeiro



           Diário da Pandemia
            
                    
Luzia M. Cardoso


I - Dezembro e Janeiro


O Covid-19,
Chamado Coronavírus,
Mesmo que não se comproove,
Se adapta,  é um vírus 

Em dezembro, 19,
Tomou-se conhecimento.
Mas um caso não comove.
Logo após, virou tormento.

Em Whuan, na nova China,
A doença se'alastrou,
Sem haver o que previna,
Milhares contagiou.

O mundo, embora ciente,
Acreditou ser local,
Se mantendo imprevidente,
Com porta aberta pro mal.

2020 inicia
Logo após o réveillon
E com ele a Pandemia
Apavorando a multidão.

Não importa em que canto
Que o vírus foi nascer,
Pelo mundo, no entanto,
São pessoas a morrer.

Dele, falam coisas tantas:
Que mata quem mais viveu;
Com doenças ele conta;
Os mais frágeis escolheu.

Quando o vírus vem ceifar,
Arrasta quem bem quiser.
Roda o mundo pelo ar,
Chega em homem e mulher.

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