Diário da Pandemia
IV - Rede de Saúde
IV - Rede de Saúde
Luzia M. Cardoso
Se notícias muito assustam,
Há os qu'insistem não crer.
Se expõem e se infestam,
Mesmo que possam morrer.
Emergências abarrotadas,
Leitos sem oxigênio,
Prateleiras esvaziadas
Atravessaram o milênio.
Sucatearam o SUS:
Não há recursos humanos;
O salário não faz jus,
Sem aumento há quatro anos.
EPIs não dão a todos
Que trabalham n'hospital
Racionados são engodos,
Infectam, fazem mal.
Morrem médicos, enfermeiros...
Outros tantos adoecem.
No meio desses atoleiros,
Há os que não esmorecem.
Presidente sai às ruas,
Sem ligar pra prevenção:
Ao nariz, leva mãos suas,
Quem s'achega, aperta'a mão.
Em um grupo é de novo
Em algum papo flagrado,
Diz querer que todo povo
Venha a ser contaminado
No Brasil, mortos, agora,
contam para mais de mil.
"Vírus está indo embora."
Falou o Homem, em abril.
Que projeto social
Anunciam tais ações?
Não parece racional
Não medir implicações!
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