Na ciranda com Lílian Maial , seguindo o mote:
Cordel do Corona
Luzia M. Cardoso
Já estou desesperada
Com a santa ignorância
Abraçada à ganância.
Essa gente alucinada
Diz que o vírus não é nada,
No máximo, um resfriado.
E sai, deixando de lado
O que leva à prevenção:
Máscara, água, sabão,
E socialmente isolado.
O Covid-19,
Por aqui, já faz a festa
Sem ligar s'alguém o atesta,
Nem se'há teste que'o comprove,
Pois com nada se comove.
Aproveita a secreção,
Superfícies e a mão.
No organismo ele procria,
Vai causando avaria,
A saúde à exaustão.
Mas a tal da quarentena,
No Brasil, é algo drástico.
Com discurso tão sarcástico,
Há quem sugira novena,
Jejum, promessa com pena...
Promoveram a cloroquina
À mais nova papa fina
Do ambiente hospitalar.
Pra'economia salvar,
No povo, sem vaselina!
Quarentena vertical,
Isolando só idoso?
Eta, indivíduo ardiloso,
Acomunado co'o mal.
Do diabo, tem aval,
Se não for ele o capeta
Que por aqui s'aboleta!
Do povo, obsessor,
Cruel, sem nenhum pudor,
Essa coisa abjeta!
--------------------------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário