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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Triolés Brasilianos


I

Vinte e oito transcorridos
Na sombra e água fresca...
E os fatos ocorridos?
Vinte e oito transcorridos,
Por ventos foram varridos
De forma mais que dantesca.
Vinte e oito transcorridos
Na sombra e água fresca...

II

Paredes são sempre amigas,
Fazem pacto de silêncio
E abafam muitas brigas.
Paredes são sempre amigas
Fortalecendo as ligas
Dos que'alcunham Inocêncio.
Paredes são sempre amigas,
Fazem pacto de silêncio.

III 

Houve quem se fez de morto
E, hoje, virou o tal.
Chegou nas bandas do Torto,
Causou grande desconforto.
Houve quem se fez de morto,
Jatinho n'aeroporto,
Parecendo natural.
Houve quem se fez de morto
E, hoje, virou o tal.

IV

S'incomoda com congresso
Quem quer ser imperador,
(Seu desejo inconfesso).
S'incomoda com congresso
O dito, mais que expresso,
Que'aplaude torturador.
S'incomoda com congresso
Quem quer ser imperador.

V

Toda pipa avoada
Rompe a linha do cabresto.
Roda, desorientada,
Toda pipa avoada,
Aqui ou n 'Alvorada.
O cenário é indigesto,
Toda pipa avoada
Rompe a linha do cabresto.


Luzia M. Cardoso

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O Porto

Ao Enzo que, com 16 anos, se foi em outubro de 2018.


O Porto


Era um cachorro branquinho
De pelos fartos, enrolados.
Era um cachorro alegre,
De olhos negros, adocicados.

Aquele cachorro branquinho,
De pelos fartos, enrolados,
Hoje, cambaleante,
Tem os olhos enevoados.

Talvez, o doce de seu olhar
O tenha de todo tomado
E o meu cachorro branquinho,
De pelos fartos, enrolados,
Não esteja aguentando
Dias tão açucarados.

Tanto açúcar lhe dá sede,
Tanto açúcar o enfraquece,
Tanto açúcar lhe traz nuvens
Aos olhos que embranquece.

Alguns querem que eu apresse
Esses seus dias nublados.
Querem que o seu inverno
Seja por mim abreviado.

Enzo me deu sua primavera,
Os dias de seu verão,
Dedicou-me seu outono,
Por que do inverno abrirei mão?

Dar-lhe-ei o meu carinho,
Cuidados e muita atenção,
Para, no dia derradeiro,
Abrigar-se em meu coração.

Quando o meu cachorro branquinho,
De pelos fartos, enrolados,
Encontrará o caminho
Para a vida no outro lado.

Luzia M. Cardoso
20/06/2018

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Das Profecias



Hoje, abraça as sombras,
alvoroça temporais,
mas não tardará o dia
a pesar os  funerais.
(Glosa)


Tem a luz à sua porta
Mas não a deixa entrar,
O ódio fica a inflamar...
Muitas dores  já exporta,
Do retorno, não se importa.
Aos seus pés secam alfombras,
Mas segue gastando lombras,
Achando que é o tal!
Semeando tanto mal,
hoje, abraça as sombras.


Florestas estão queimando,
Índios por lá morrendo,
Os animais, abatendo,
Invasores minerando,
As árvores, derrubando...
Sem respeito aos ancestrais,
Mortes, atrai mais.
Muito embora avisado,
Se mantendo alienado,
Alvoroça temporais.


Caem verdinhas na conta,
Esbanja com caviar,
A fome, deixa alastrar...
E a arma que aponta
mata tanto quanto afronta.
Com sinais de picardia,
Segue sempre em companhia
De quem muito sangra o povo
Que se engana de novo.
Mas não tardará o dia...


Ninguém algema a aurora!
Toda noite chega ao fim,
Como tudo que é ruim.
Se hoje você apavora
Logo, te chutam pra fora!
Estampado nos jornais,
Não voltará nunca mais!
No devastado cenário
tombará solitário
A pesar os funerais.

Luzia M. Cardoso

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