Hoje, abraça as sombras,
alvoroça temporais,
mas não tardará o dia
a pesar os funerais.
(Glosa)
Tem a luz à sua porta
Mas não a deixa entrar,
O ódio fica a inflamar...
Muitas dores já exporta,
Do retorno, não se importa.
Aos seus pés secam alfombras,
Mas segue gastando lombras,
Achando que é o tal!
Semeando tanto mal,
hoje, abraça as sombras.
Florestas estão queimando,
Índios por lá morrendo,
Os animais, abatendo,
Invasores minerando,
As árvores, derrubando...
Sem respeito aos ancestrais,
Mortes, atrai mais.
Muito embora avisado,
Se mantendo alienado,
Alvoroça temporais.
Caem verdinhas na conta,
Esbanja com caviar,
A fome, deixa alastrar...
E a arma que aponta
mata tanto quanto afronta.
Com sinais de picardia,
Segue sempre em companhia
De quem muito sangra o povo
Que se engana de novo.
Mas não tardará o dia...
Ninguém algema a aurora!
Toda noite chega ao fim,
Como tudo que é ruim.
Se hoje você apavora
Logo, te chutam pra fora!
Estampado nos jornais,
Estampado nos jornais,
Não voltará nunca mais!
No devastado cenário
tombará solitário
A pesar os funerais.
Luzia M. Cardoso
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