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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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Direitos autorais registrados na FBN

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Papo Reto (Triolé)

 


Papo Reto

(Triolé)

 

 Bora, bora, companheiro!

O dia urge pra gente.

Ele passa bem ligeiro!

Bora, bora, companheiro

Por aqui, és passageiro.

Passamos, literalmente.

Bora, bora, companheiro!

O dia urge pra gente.


Luzia M. Cardoso

 


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Caça Fantasmas

 



Caça Fantasmas 

 

Tenho amigos queridos

Que chegaram para mim

Sem cobranças, alaridos:

Lili, Mingau e Pudin.

 

Quando correm pela casa,

Revirando canto a canto,

Meu coração extravasa

E se enche de encanto.

 

Se a vida está na roda,

Sombras jogam para fora.

Limpam tudo à sua moda.

 

E, comigo em qualquer hora,

O fantasma qu’incomoda,

Na patada, mandam embora.

 

 Luzia M. Cardoso

 


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

No meu Pé (Triolé)

 





No Meu Pé 

(Triolé)

 

Gosta de pegar o pé

Pela ponta do dedinho

Mais parece um jacaré.

Gosta de pegar o pé!

Pega e gruda qual chulé.

Que danado cachorrinho!

Gosta de pegar o pé

Pela ponta do dedinho!


Luzia M. Cardoso

 


domingo, 6 de dezembro de 2020

Cão e Gato (triolé)

 





Cão e Gato 

(triolé)


Ele vive atrás do gato.

Corre e salta sem parar.

Para o gato, é um chato!

Ele vive atrás do gato.

Quando agarra, não tem tato,

A orelha a mordiscar!

Ele vive atrás do gato.

Corre e salta sem parar.


Luzia M. Cardoso


domingo, 4 de outubro de 2020

Um Triolé para Pudin



Um Triolé para Pudin 


Ele é creme e caramelo.
Caramelo multicor,
Dégradé de amarelo .
Tem o pelo caramelo.
Olhos com raios d'amor
 Que vão aonde eu for.
Ele é creme e caramelo.
Caramelo multicor.

Luzia M. Cardoso





 

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Diário da Pandemia: primeira semana de agosto

Diário da Pandemia : primeira semana de agosto

Luzia M. Cardoso


Minimizam Pandemia Pra tratar do réveillon, Do Carnaval, fantasia, Do turismo no Leblon. Num mundo de transações Cada vez mais virtuais, O Brasil gasta milhões Nos tais duzentos reais. Pintam o lobo guará Onde'o povo não vai ver: Da floresta sumirá; Na nota, poucos vão ter. As sessões no parlamento, Quando há, são virtuais, Mas já dão consentimento Às aulas presenciais. E a tal da Cloroquina Produzida por aqui, Aos custos de uma mina Com seus quilos de rubi? Não s'importam se inócuo No combate à covid. Se aos bolsos for profícuo, A ciência não decide. O garoto propaganda, Lá do planalto central, Por meio de larga banda, A promove pra geral. Cloroquina e Anitta, Dentro do Santo Graal, Viram a fórmula bendita Para o combate do mal. As populações indígenas Muito mais desprotegidas. Omissões, tão obscenas, Às ações dos genocidas. Morreu cacique Xavana, Das Aldeias de Xingu. Morre cacique Aritana, Pranto alaga ocaruçu.* Aritana era um estadista Para os povos de Xingu. Cá, há ultradireitista Pior que surucucu. Tem ministro a conversar Com garimpo ilegal Qu'entra para desmatar E aos índios fazer mal? Mais de mil mortos por dia, Nos mandam tocar a vida... Vexatória ironia E ainda alguém duvida. Altas taxas há dois meses Prevalecem no Brasil. Já no tom são descorteses Quando apontam pros cem mil Cem mil mortos por Covid Não afeta o coração De quem diz ser quem decide Os destinos da Nação. Havia outras opções Pr'um presente diferente Mas, movidos por paixões, Ergueram o pior ente. Mas a Terra é redonda, Segue firme a rodar. Hoje, na crista da onda. Amanhã, vai afundar. Logo, vai submergir Num buraco solitário. Não faz nada pra luzir, Ser das trevas, caudatário.

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* Ocaruçu, em Tupi, significa praça grande, ocara, centro da taba, terreiro central da aldeia
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https://www.terra.com.br/noticias/coronavirus/producao-de-cloroquina-coloca-bolsonaro-na-mira-da-justica,eb92420735306d97f69f1dacfd0


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Diário da Pandemia: Julho



Diário da Pandemia:  Julho


Tanta gente está morrendo,
Nada disso é natural.
Festas e bares fervendo.
A loucura é sem igual.

Lá se vão 60 mil
Vidas pro vírus perdidas
Nessa ganância febril
Que aqui é permitida.

Corpos vão ao sacrifício
Para a fome do mercado.
Cada dia é um suplício,
Em transporte abarrotado.

Leis têm decretos vetados,
Se tratam da proteção.
Negócios são acertados
Sem nenhuma hesitação.

As medidas de combate
À Covid-19,
Da ciência pro debate,
Ainda há quem desaprove.

Embora com taxas altas,
Flexionam a quarentena.
Corrompidas e expostas,
Vão sorrindo as hienas.

E aquela foragida
Com amigos no poder
Teve pena enfraquecida
E sem nem aparecer.

No país do laranjal,
A laranja que cair
Aponta pro vendaval
Que castelos faz ruir.

Pro povo não tem dinheiro
Pro salário, hospitais...
Mas o lucro do banqueiro
S'avoluma nos metais.

Gestantes contaminadas
Têm maior risco de morte.
Nas cadeias apinhadas,
Os presos à própria sorte

As populações indígenas
Estão mais ameaçadas:
Invasões, já a dezenas,
Deixam vírus e queimadas.

Julho, segunda quinzena,
Mortos são oitenta mil
O povo, sem quarentena,
Pro abate vai servil.

De Tomé vem o ditado
Que'é preciso ver pra crer.
Se'a morte não está ao lado,
S'aposta em não morrer.

Deixando nas mãos de Deus
Aquilo que podem fazer,
Mais contaminam os seus,
Sem buscar se precaver.

Sem previsão de vacina,
S'isolar é prevenção,
A ciência determina.
Basta de negação!

Vidas dos inumeráveis
Eram bens mais preciosos.
As mortes são evitáveis,
Os omissos, criminosos.

Com ar de normalidade,
Escolas vão reabrir
Os menores de idade
A doença vão transmitir.

Cada um passa pra três
E o vírus entra em casa.
A covid, dessa vez,
Acelera e arrasa.

Vírus solto na calçada,
Do espirro às carteiras
Logo, logo, a criançada
Contamina a merendeira.

Corre risco a vovó,
O papai do amiguinho...
O Brasil "tá" de dar dó,
Vigora o que'é mesquinho.

Com mais de noventa mil
Julho sai deixando a morte.
Triste sina, meu Brasil,
Há pranto do sul ao norte.

Luzia M. Cardoso


domingo, 2 de agosto de 2020

Diário da Pandemia: Junho




 
Diário da Pandemia: Junho



Dos hospitais de campanha
Previstos para o Rio,
Os quais ninguém acompanha,
 Há denúncias de desvio.

Não saíram do papel,
Não prestaram assistência,
Enrolados em carretel
Por tamanha incompetência.

Em Brasília, quem diria,
Fascistas aumentam o tom.
Debocham da pandemia,
Saudosistas do bem-bom.

Dois de junho enlutado,
Mortos, mais de trinta mil.
O povo atordoado
Neste imenso Brasil.

Hoje são quatro de junho,
Mais de mil mortes por dia.
Se um mostra que tem punho,
Outros puxam a rebeldia. 

Entra e sai no ministério.
Não há médico que fique
Quando entope o cemitério
E governo mais complique.

Curva vai desenfreada
Com dinheiro para o ralo,
E gente desembestada
S'aglomera no embalo.

Fazem festa do corona,
Erguem brinde ao Covid.
Se loucura vem à tona,
A doença mais progride.

Interino na Saúde,
Indicado é general.
A morte, amiúde,
Se instala n'hospital.  
 
O vírus, desembestado,
Segue Brasil a dentro.
Se'o povo não for testado, 
Viraremos epicentro.  
 
O vírus não rastreado
Segue sem nenhum controle, 
Deixa o povo atordoado  
Com a morte que o engole.
 
Entram outros militares
Pro segundo escalão.
Saúde requer pilares  
De'uma outra formação.

Pois se fosse ao contrário:
Um médico no batalhão
Que num ato arbitrário
Desmontasse o pelotão,
 
Seria guerra perdida
Com com soldados dizimados
Nossa terra invadida 
Por invasor governados.

Junho vai fechando a porta
E cinquenta e nove mil
Mortes ele já reporta,
Pra tristeza do Brasil.

Luzia M. Cardoso

sábado, 30 de maio de 2020

Das Rosas



Das Rosas


Quando nasci, eu ouvia falar das rosas.
Rosas rubras que despertavam ruas cruas, duras...
Rubras rosas,
ontem, no horizonte.

Cresci com botas ameaçando as rosas, perseguindo rosas.
Algumas nem eram rubras...
Rosas sob botas
no asfalto,  
pisadas, desfolhadas, 
despetaladas, esmigalhadas...
Rosas,
quando nuvens
cerravam o horizonte.

Jovem, fui às praças e avenidas com as rosas desabrochando 
rubra.
Tantas rosas, 
prenhas, prosas...
Rosas
trançando as cores
do horizonte.

Mais tarde, vi rosas murcharem, 
vi outras se enxertarem, 
tantas plastificadas,  
purpurinadas,
emolduradas.
Nas ruas, rosas luzentes, eloquentes, displicentes .
Rosas 
borradas no horizonte...

Ando a procurar as rosas 
no espelho, 
nas praças, 
nos canteiros, 
por onde passo...
Olho em volta, 
busco aqui, ali,
acolá, além...

Cimentaram os quintais, 
as fissuras das encostas?

Cadê os botões tenros dos roseirais?
Cadê as sementes das rubras rosas?
Germinaram? Germinarão?

Algum dia, em algum tempo, despertarão botões rubros de rosas?
Desabrocharão primaveras no horizonte?

- Rosas!
- Rosas? 

Não há mais rosas?

Não há...

- Rosas !!!!!

                     Luzia M. Cardoso


sexta-feira, 22 de maio de 2020

Diário da Pandemia - ainda em maio



Diário da Pandemia
Ainda Maio


Chega o onze de maio
Nessa quarentena flácida.
Entre gatos e balaio,
A esquerda calma e plácida.

Ratos e gatos em festa
Abocanham de montão
Essa praga tudo infesta,
Quem assiste lava a mão.

Nessa terra de ninguém
Muita bala ė achada
Naqueles sem um vintém,
Cerra a luz da alvorada.

João, um menino preto
Que'um projétil derrubou.
Jovem corpo no concreto
Que o Estado descartou.

Inocentes vão ao chão,
Pobres pretos mas, jamais,
Traficantes d'avião
Cujos cofres enchem mais.

Acampados no Planalto
Fazem a recepção
Ensaiando tom mais alto
Ao silêncio da União.

Capitão no futebol
Pra Covid tomar conta.
Nosso porto sem farol
E um mar que amedronta.

De chacota em chacota -
Cloroquina, tubaína -
É a nação que derrota
Indo tudo à ruína.

Passa de dezoito mil
Mortos, em vinte de maio.
Que pesadelo,  Brasil,
Teu povo cai em deslaio.

Já sem arte sai de cena,
A cultura numas Frias,
Quanta gente s'apequena
Com as novas parcerias.

São mais de vinte mil mortes
Neste dia vinte e dois
E o SUS não tem aportes
Para hoje nem depois.

Uso licença poética
Para por isso passar:
Quebro o pé, erro na métrica,
Com versos a rarear.

Luzia M. Cardoso

Gráfico da Covid-19 no Brasil:

https://br.tradingview.com/covid19/

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Quadrinhas Brasilianas XVIII


Abaité*

Tudo pelo seu desejo,
Sem limite a respeitar.
Não há lei pra malfazejo,
Quer a dor para brindar.

Luzia M.Cardoso

*Do Tupi-guarani, gente ruim.

Quadrinhas Brasilianas XVII


Quadrinhas Brasilianas - XVII

Tiririca


Ele era um zero à esquerda
Esquentando a cadeira
Que, cativa, a prole herda,
Agarrada à mamadeira.

Luzia M. Cardoso

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Diário da Pandemia - Mai

Diário da Pandemia
Maio

Chegou primeiro de maio,
Dia do trabalhador.
Acordo e me retraio
Num país com morte e dor.

Apesar de haver leitos
Vazios em hospitais,
Definiram pros eleitos
Atendimentos reais.

Direcionando às covas
Aos que somarem mais pontos,
Já nas derradeiras provas,
Sem meios para descontos.

N'arredores do Planalto,
Dois times de futebol.
Ambos chegam em tom alto,
Cortantes como cerol.

No domingo, dia três,
Mais tumulto e confusão,
Bem ao gosto do burguês
Que loteia a nação.

Desmaia, democracia;
Jaz a Constituição.
Muita treva s'anuncia,
Com terror n'escuridão.

Vai dançando as cadeiras,
Só fica quem s'alinhar.
O povo nas ribanceiras
Está preste a despencar.

Já contam mais de cem mil
Confirmados com Covid.
Ultrapassam os sete mil,
Os mortos do mesmo Cid.

Pelas rampas do Planalto
Ecoa um cala a boca
À imprensa no asfalto.
De quem vem, nada mais choca.

Vejam, no sete de maio,
Empresários sobem a rampa.
Uns ou outros de soslaio
Com o que a cena estampa.

Cofres  e CNPJ
Valem mais na pandemia.
Neste país da chacota,
Há ganância em demasia.

CPFs nos caixões
E Planalto insensível
A computar os milhões...
Prática tão incabível!

Nove de maio, churrasco,
Com Covid no caminho?
Vislumbraram o penhasco
E um paredão d'espinho.

Dez mil mortos no Brasil,
Ele acha procedente,
Sob o céu azul anil
Discursa o presidente.

Diz que setenta por cento
Tem que se contaminar
Deixa'o povo ao advento,
Para o vírus enfrentar.

Hoje, são dez mil, quinhentos
E cinquenta e seis mortes.
Negados ao SUS fomentos,
Fica'o povo à própria sorte.

Ouve-se Ele dizendo
Que vai a dois mil e vinte
E sete... Se precavendo?
Maia, por conseguinte,

Segue esfriando impeachment,
Com os velhos panos quentes
Mais reforça o'empowerment
De tão ardilosas mentes.


Luzia M. Cardoso

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Diário da Pandemia - últimos dias de abril


Diário da Pandemia
Fechando abril

Luzia M. Cardoso


Vinte e nove de abril
Com mais mortos que a China
Quem preside o Brasil
Lembra ave de rapina.

Somam quinhentas por dia
As mortes neste país
E muito mais anuncia
Nosso SUS sem diretriz.

"E daí?", já escancara
O messias sem milagre.
Que, sem máscara na cara
Seus deboches o consagre.

Empresa comprou da China,
Dos tais kits, muitos milhões.
A venda será uma mina
Rendendo muitos trilhões.

Teste rápido em farmácia
Por valores imorais.
Duvidosa eficácia
Custando muitos reais.

Estimam doze milhões
De testes feitos ao mês.
Calcule quantos trilhões
Vão pro cofre do burguês.

Anticorpos ele informa
Se você os fabricou.
Não afirma, d'igual forma,
Se não te contagiou.

Com o caos já instalado
Mais reabrem o comércio,
Feira livre, logo ao lado,
Sob aplausos de néscio.

Último dia 'abril,
A morte acelerou
E a política tão hostil
O povo ignorou.

Prefeitos mais alinhados
Àquele tão  poderoso,
Deixam o povo de lado,
Seguindo em ato danoso.

Racham o confinamento:
Pra quem vende, a fartura
Com  tecido, aviamento...
Aos custos de muita amargura.

Quem preside nossa Câmara
Adia a discussão,
Apesar de estar tão clara
Qual seria a solução.

Pede calma aos brasileiros,

O impeachment segura.

Preferindo os bueiros

Transbordantes de agruras.


terça-feira, 28 de abril de 2020

Diário da Pandemia - ainda em abril


Diário da Pandemia
Ainda em abril
Luzia M. Cardoso


São vinte e seis de abril
Um domingo de outono
Com o povo mais febril
Diante do abandono.

Segunda, vinte e sete,
As mortes se multiplicam,
Sintomáticos sem teste...
Pelo alto, prevaricam.

Auxílio'Emergencial
Deixa o povo aflito.
Um descaso sem igual
Não é crime nem delito?

O dinheiro nunca sai
Nem pra quem já foi aceito.
Na conta, ele não cai,
Apesar de tudo feito.

Muitos seguem sem acesso,
São  cidadãos invisíveis,
Sem CPF, sem sucesso,
Sem providências cabíveis.

Empresários demitindo,
Não toleram não lucrar.
Continuam insistindo
Para tudo liberar.

Os que foram demitidos,
Do Seguro Desemprego
Permanecem tolhidos,
Ficando em desassossego.

Isso não é genocídio?
Que outro nome dará?
Sem salário ou subsídio,
Alguém subsistirá?

Vinte e oito de abril,
Os mortos notificados
Chegam quase a cinco mil.
Há casos não informados.

Síndromes respiratórias
Vão nos registros de mortes.
A corona nas histórias
É suspeita ė muito forte.

Governantes só assistem
A tragédia acontecer?
Economia discutem,
Sem o SUS abastecer.

No Rio, os federais
Com leitos de UTI
Nas manchetes dos jornais
Sem Covid assistir.

Há hospitais privados
E hospitais militares
Não universalizados
E morte rondando os lares.

Com oxigênio em falta
Sufocando nas cadeiras,
Desespero aos olhos salta
Frente à ordem nas fileiras.

Containers estão à porta
Da emergência pública
Para tanta gente morta
De nossa  rica República.

Pessoas alienadas,
Querendo se divertir,
Vão às ruas, agrupadas...
Mais doentes vão surgir!

Quarentena à lava mãos,
Um produto brasileiro.
Transitando, cidadãos
São do vírus hospedeiro.


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Diário da Quarentena - abril, 2020


Diário da Pandemia
Abril, 2020
Luzia M. Cardoso


Social isolamento,
Poucos governos bancaram.
Caem ações, quanto lamento!
Nossos mortos desdenharam.

Já cedendo à pressão,
Segue frouxa a quarentena,
Com a caneta à mão
Muito mais se apequena.

Quarentena à brasileira
Tudo pode funcionar.
Delivery, a maneira,
Com motoboy a pilotar.

O pedido no balcão
Carrega de lá para cá.
O vírus entra em ação
infestando o que dá.

Vai das mãos para o pacote,
Da máquina pr,outra mão...
Muito antes que se note,
S'infiltrou lá no pulmão.

Negociatas no alto
Com frieza sem igual.
Vidas tomam de assalto
Com projeto imoral.

Quem vive de explorar
Não suporta a quarentena,
Força o povo a trabalhar
E ao vírus o condena.

E, de bandeira na mão,
Vão gritando pela rua:
"Que s'exponha o peão,
Já que é essa a sina sua!"

Sabe aquele do Planalto
Que o povo confiou?
"30 mil nem é tão alto!"
Mais à morte ofertou.

"Não tem negociação!"
Decreta em alta voz.
Fecha a cara, pesa a mão
Larga sua sanha feroz.

No entra e sai de ministros
A saúde se esvai.
Quanto ao CID nos registros,
Quem confia no que sai?

Milhares contaminados,
Com centenas a morrer;
Hospitais abarrotados,
Pra salvar tem que escolher.

Enquanto o rabecão
Para à porta d'emergência
Para pegar o caixão
Dos privados d'existência.

Vinte e quatro de abril,
SUS está colapsando
Morreram mais de três mil,
Com mais de dois confirmando.

Cemitérios abrem covas
Às centenas, lado a lado.
Pobre gente, tantas provas!
O último adeus?  Negado!

Ataúdes vão lacrados
Pras covas rasas no chão.
Pra imprensa, encastelados
Dizem não ter solução.

Do outro lado da cena,
Gauches olham de lado:
Sempre a velha cantilena
De  povo alienado.

Nesse país federado,
Com capital no comando,
  Mais o povo é sufocado...
Valei-nos, Deus! Até quando?

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Isolamento Social e Quarentena


Isolamento Social e Quarentena


Para o vírus segurar
Fique em casa, por favor,
Seja lá você quem for!
Socialmente s'isolar,
Pra ninguém contagiar.
Fique só com quem já mora,
Nada de rolê lá fora.
Você não pode dar mole,
Pra que'o vírus não controle.
Tem que agir logo, agora!

O contato social
Com parentes e amigos,
Com quem quer estar contigo,
Faz por meio virtual:
Chat, vídeo... Na moral!
Viva voz, ao telefone;
Face, Zapp, adicione.
Restringindo o contato
Impedimos, e é fato,
Que'o vírus mais impressione.

Caso tenha algum sintoma:
Tosse seca; febre baixa;
De dor no corpo se queixa;
Não sente cheiro, aroma;
Um cansaço já te toma;
Tem qu'entrar em quarentena,
Ainda mais sair de cena
Durante quatorze dias,
Sem medo ou euforias.
Logo passa, vale pena!

No quarto, sempre sozinho.
Deixe-o bem arejado,
Se possível, ensolarado.
Deixando tudo limpinho
E se cuide com carinho.
Manter dos outros distância,
Sempre com muita elegância.
Pra cozinha ou banheiro,
Ponha a máscara primeiro.
Nada de intolerância.

Se morar com muita gente,
Terá que dormir sozinho.
Improvise um cantinho.
Mas tenha sempre na mente,
Máscara é permanente!
Tenha outras pra trocar,
Lave pra reutilizar.
Toalha, prato, talher,
Já separe, se puder.
Lave, se compartilhar.

Aos sintomas, atenção!
Eles têm que abrandar,
A febre tem que baixar
Usando medicação,
Com receita sempre à mão.
Persistindo febre alta,
Se o ar sente que falta,
Vá pra uma emergência,
Ou Serviço de Urgência.
Lá, aguarde a sua alta.

Não se deixe abater,
Isso logo vai passar,
Sem ninguém contagiar!
Busque algo pra fazer:
Músicas; livros pra ler;
Nas redes, cursos, conversas;
E coisas, as mais diversas.
Se hidrate a toda hora.
Mande a tristeza embora!

Tonha dos Cafundó



sábado, 18 de abril de 2020

Máscara na prevenção da Covid-19

Máscara na prevenção da Covid-19

Bora ver estranho fato: 
Qual é a dessa tal máscara
Que pedem pra por na cara?
Parece tão caricato!
 Tenho decara  gaiato?
Se não sinto o tal vírus,
Meus olhos não jururus
E se não é carnaval,
Parece tão surreal,
Andar como jaburus?

Acontece que a doença
Que esse vírus provoca
Não chega com muriçoca,
Não liga pra tua crença.
Te contagia sem licença,
Pela mão ou pelo ar.
Sai no ato de falar,
De espirrar ou de tossir.
  Mesmo sem você curtir,
Entra em ti ao inspirar.

Em tempos de pandemia,
Muita pessoa sarada,
Inteira e camarada,
Sem saber, te contagia.
Use, por sabedoria.
Máscara é prevenção,
Para ti e teu irmão.
Vírus não passa pra ele,
Nem carrega o que vem dele.
Mas há de ter precaução:

Lave as mãos antes do uso;
Pelas alças manuseie.
Mas calma, não se chateie!
Pode parecer confuso
Esse pano tão intruso.
Uma alça em cada orelha!
E não cubra a sobrancelha,
Só a boca e o nariz.
A ciência assim o diz,
Não saiu da minha telha.

Máscara bem colocada,
Não toque mais em sua face,
Mesmo que alguém s'engrace.
Não toque nela por nada!
Estará contaminada
Pelo ar que ali chegar.
Lembre que quando falar,
Ao espirrar ou tossir,
Se'algum vírus expelir,
Ela é que vai segurar.

Agora, muita atenção
Ao tempo de validade
Pra ter efetividade.
Duas horas, meu irmão!
E não é opinião.
O tempo qu'ela suporta
Pra saúde muito  importa.
Tenha outras pra trocar,
E antes, se'ela molhar.
Assim, a todos conforta.

Para a máscara tirar,
O cuidado é  redobrado:
Pelas alças, com cuidado,
Pra não se contaminar.
No lixo, pra descartar.
Se for reutilizável,
De pano, o mais provável,
Guarde-a em saco plástico.
Não precisa ser dramático,
Nem é tão é desagradável.

Lave as mãos logo em seguida.
Pode usar o álcool em gel.
Tire e limpe cada anel
Pra limpeza garantida,
Preservando tua vida.
Para reutilizar,
Basta a máscara lavar.
Sabe a água sanitária?
Pro vírus, morte sumária!
Secando, é só passar. 😉

Tonha dos Cafundó

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Bora falar do Corona?


Bora falar do Corona?


Tô ficando atordoado
Com tanta informação!
Isso não nego, não!
Às vezes, amedrontado,
Noutras, eu acho engraçado:
Uns me dizem, "Fique em casa!"
Outros, à troça dão asa?!
Sem trabalho, passo fome;
Porém, o vírus consome...
Frente à morte, grito: "vaza"!

Seu morrer, o bicho pega.
Sem cuidar mais da família,
Fica a morte de vigília.
E fogo, ela não nega,
Tampouco, ela arrega.
Vive à porta, à espreita.
Foice em punho, a sujeita!
Pronta pra vida ceifar
E tristeza semear,
Do vírus, se aproveita.

E, brincadeiras à parte,
O Corona "tá" bombando,
Na gente, multiplicando.
Isolada, mas com arte,
Chuto o vírus lá pra Marte:
Álcool ou água'e sabão,
Dou um trato em cada mão;
Podendo, fico em casa,
A ciência me embasa;
E não entro em multidão.

Se preciso ir à rua,
Vou com máscara no rosto.
Vírus não quero d'encosto.
A vida, minha e a tua,
Nesses dias, anda nua!
Num espirro, lá vai ela.
E não tem choro nem vela:
Com sorte, cai n'hospital,
Se não, terá funeral.
Basta uma piscadela.

Tonha dos Cafundó
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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Cordel do Corona - na Ciranda com Lilian Maial

Na ciranda com Lílian Maial , seguindo o mote:

                 Cordel do Corona

                        Luzia M. Cardoso

Já estou desesperada
Com a santa ignorância
Abraçada à ganância.
Essa gente alucinada
Diz que o vírus não é nada,
No máximo, um resfriado.
E sai, deixando de lado
O que leva à prevenção:
Máscara, água, sabão,
E socialmente isolado.

O Covid-19,
Por aqui, já faz a festa
Sem ligar s'alguém o atesta,
Nem se'há teste que'o comprove,
Pois com nada se comove.
Aproveita a secreção,
Superfícies e a mão.
No organismo ele  procria,
Vai causando avaria,
A saúde à exaustão.

Mas a tal da quarentena,
No Brasil, é algo drástico.
Com discurso tão sarcástico,
Há quem sugira novena,
Jejum, promessa com pena...
Promoveram a cloroquina
À mais nova papa fina
Do ambiente hospitalar.
Pra'economia salvar,
No povo, sem vaselina!

Quarentena vertical,
Isolando só idoso?
Eta, indivíduo ardiloso,
Acomunado co'o mal.
Do diabo, tem aval,
Se não for ele o capeta
Que por aqui s'aboleta!
Do povo, obsessor,
Cruel, sem nenhum pudor,
Essa coisa abjeta!

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terça-feira, 14 de abril de 2020

Diário da Pandemia: a Curva do gráfico


Diário da Pandemia:

A Curva do Gráfico

Luzia M. Cardoso

Dia onze de abril,
Vírus se mostra feroz,
Já matou pra lá de mil,
Ao deboche d'outro algoz.

E a curva vai subindo,
Somando quem'está morrendo.
Empresários insistindo
Que cifrões estão perdendo.

Quem diz que é gripezinha,
Engana a  população.
A tristeza s' avizinha,
Vem sem pedir permissão.

Desce a chuva... Fios finos...
Lava a alma da cidade?
Por aqui, os desatinos
Causam mais perplexidade.

Carreata de carrões
Pede o fim da quarentena.
Ameaças, palavrões...
De quem morre não têm pena.

Querem ver Infectados
Setenta porcento' ou mais.
Pobres sendo desprezados?
Vivos, mortos, tanto faz?

Dizem que a economia
Pode vir a matar mais
Quem de trabalho vivia,
Parando, perde a paz.

Mas quem diz só não explica
É que sem se isolar
Tudo muito mais complica:
O vírus pode matar!

Quando entrar em ação,
 O organismo atacar,
Talvez, nem internação
N'hospital vai encontar.

Já se passaram dois dias,
Hoje, 14 de abril,
Infectados, avalias?
São mais de 23 mil!

Conforme estimativas,
São mais, quinze vezes mais!
E não há perspectivas
De ter gestão eficaz .

Mato Grosso em colapso,
Sem leito pra internação.
Em Minas, que esculacho!
Querem o vírus em ação?

Em São Paulo fazem festas
Os tais "cidadãos de bem".
Vão às ruas, tão infestas,
Dizendo que vírus não tem.

No Rio, dá agonia!
A quarentena é virtual?
O comércio, que ironia,
Aberto na vida real.

Feiras, barracas de rua,
Bazares, papelarias...
Livre, o vírus continua
Vivente nas cercanias.

O gráfico já alerta
Que o caos é iminente.
Mas vemos gente que flerta
Com um projeto indecente.

Sobe a linha, livre, reta,
Vai pegando impulsão.
Vírus mata até atleta,
Não freia com oração.

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