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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Cordel da Terceira Idade



Cordel da Terceira Idade

Luzia Magalhães Cardoso






Já caminhei mais de seis décadas,
entre ladeiras e atalhos.
Senti meus nervos em frangalhos
quando me vi em encruzilhadas;
quando tive que abrir estradas;
diante da  diversidade;
de tanta animosidade...
Mas eu plantei a minha glória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Nas lembranças de minha infância,
praças, piques, pipas, piões...
Entre afagos e sermões
de quem ainda m’aquecia,
a quem tanto obedecia...
E a saudade já me invade,
dos que devo a identidade.
Ainda os tenho na memória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


E no pico da alvorada,
feito  Pierrot e  Arlecrim,
colibri  em qualquer jardim,
também em  Rosa, Margarida
e na cabrocha atrevida...
Dos arroubos da mocidade,
trouxe a modernidade,
de onde a tua é sucessória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Foi-se o tempo de diversão.
Filhos eu tinha pra criar.
Com família pra sustentar,
eu precisei ganhar o pão.
Suor e sangue, desde então,
pois a responsabilidade
comandava minha vontade.
E não havia rogatória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


E muita coisa sei que fiz!
Fiz dentro e fora da firma!
E tudo em volta me confirma!
Eu descasquei abacaxis,
e tive a vida por um triz!
Eu briguei pela liberdade
e proclamei que a igualdade
um dia prevaleceria!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Eu vi os meus filhos crescerem
e com quem quis, fui ao altar.
Meus netos, eu pude ninar.
Deixei as lágrimas rolarem
ao ver meus afetos partirem
quem sabe, para eternidade...
Voltam em brisas de saudade,
feito ave  migratória...
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Eu sou teu reflexo no espelho...
Mesmo sem querer enxergar,
verás o futuro chegar.
E lembrarás que hoje o velho,
a quem tu olhas de esguelho ,
fez as bases dessa cidade,
com ideias, leis e vontade,
sinalizando a trajetória.
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


E todo inverno é grisalho,
as sombras já mostram as marcas
de todo custo que tu arcas.
Então, ouças o meu conselho:
Ponha freio no destrambelho;
Dê espaço à serenidade;
Respeite a diversidade.
Tu não terás escapatória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Aos idosos, muito respeito:
Calçadas são para andar,
E livres pra gente passar.
E vamos cobrar do prefeito,
mostrando que temos direito
de livre acessibilidade.
Com rampas, e prioridade
na preservação da memória.
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Queremos as praças abertas
para a vida transitar,
com as crianças a brincar.
A juventude bem esperta:
patins, skates, bicicleta...
Gerações em fraternidade;
Ter informações à vontade,
com convivência aleatória.
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Nosso corpo pede atenção?
Andamos com passos mais lentos?
Propensos a abatimentos?
Mas temos muita opinião!
Saúde? Não abrimos mão:
Tenha universalidade;
Também a integralidade;
Sem ter barreira ou divisória.
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


O direito de ir e vir
atravessa as gerações
e não admite exceções.
Não tem classes para servir,
tampouco credos para ouvir.
É inerente à liberdade,
garante a dignidade.
E toda ação é decisória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


Necessidades garantidas
de quem tem a renda aquém,
sem caridade de ninguém
nos ralos pratos de comidas,
e pelo Estado assumidas.
Direito é prioridade
dos eleitos e autoridades.
E de atenção compulsória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


E assim, eu viverei bem.
Sem espaços pra solidão,
sem ter que implorar o pão.
Bom para mim, pra todos também!
Meu coração irá além!
Afeto, amor, novidade...
E minha sexualidade?
Ah, pra lá de satisfatória!
Na tua vida, faço história,
vou além da terceira idade!


sábado, 11 de fevereiro de 2012

O Desafio do Mestre Odir (com resposta do próprio)


O Desafio do Mestre Odir


Mestre Odir cabra arretado
E poeta de mão cheia
Ficou mal semana e meia
Com um baita resfriado
Um vírus mais que safado
Derrubou-o no sofá
Provocando um bafafá
Com a febre que aumentou
E a coriza que jorrou
lambuzando tudo lá

Água pro esquenta pé
Cachecol e cobertor
O sol a pleno vapor
Gritando por picolé
D’olho no acarajé
Parecia debochar
No convite a namorar
Mas o pobre enrolado
Que gemia um bocado
Mal podia respirar

E acabou a aspirina
Férias da empregada
A mulher foi pra Granada
A vizinha desatina
A amiga Angelina
Arranjou um namorado
Ciumento e sarado
Que não dava pra enfrentar
“Melhor não telefonar!”
Pensou, desesperançado

Mas a coisa piorou
Quando um grupo atarantado
Pra juntar algum trocado
Fibras ópticas roubou
Muitos cabos enrolou
O poeta, coitadinho
Sonhando com seu benzinho
Ligou o computador
Para ver se seu amor
Lhe mandava um beijinho

Clicou no navegador
E a Internet não pegou
Nenhuma onda rolou
Foram dias de horror
Sozinho, com muita dor
Já não via mais saída
Era forte a batida
O Mozzilla congelado
O Firefox parado
Deu a luta por vencida

E brigou co’a poesia
Disse não à inspiração
Só pensava em palavrão
Pois tossia noite e dia
E a tudo maldizia
Se sentindo abandonado
Foi ficando acabrunhado
Andando de lá pra cá
Achando a vida má
E o maior azarado

Não percebia o poeta
Que aquele resfriado
Que alterava seu estado
Era a fêmea Julieta
Que o rondava, inquieta,
Bela, forte e corada
Vinha sempre caprichada
Sonhando ser sua musa
Não aceitava recusa!
Pois estava apaixonada

Luzia M.Cardoso\ RJ
10\02\2012




OBRIGADO, LUZIA QUE É LUNA!
Odir Milanez

A Luzia, que era Luna,
de mim soube da notícia.
Chamou, então, a polícia,
fez do coreto tribuna.
Do bafafá sendo aluna,
num estilo caprichado
disse à NET e ao delegado
que pelo roubo de fios
eu ficara a ver navios,
sem sinal, e resfriado!

De fato eu disse a Luzia
que, por causa da robótica,
o furto de fibra ótica
dá-se quase todo o dia.
Uma semana fazia
que, pela tosse tomado
e o provedor bloqueado,
vagando espaços vazios,
eu ficara a ver navios,
sem sinal, e resfriado!

Hoje o sistema está bem.
A tosse se escafedeu.
Agora, Luzia e eu,
bem nos sentimos também.
Dos versos sendo refém,
em versos mando um recado
para Luzia: Obrigado
por dizer, entre elogios,
que eu ficara a ver navios,
sem sinal, e resfriado!

JPessoa/PB
11.02.2012 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dominação





(...) E o homem criou privada guarda,
Armando-a com balas e fuzis.
E se apossou até da alvorada.
Ergueu fronteiras e fez o país.

E inventou barreiras lá no mar;
Apropriou-se do espaço aéreo;
O subsolo pôs-se a explorar;
E tenta dominar o que é etéreo.

E a Terra a que o homem pertencia
Virou mercadoria em sua mão
e a vida ameaçada de extinção.

Segue inventando o cancro que o mata.
Obesidade mórbida o maltrata.
Homem escravizado à sua cria.


Luzia M. Cardoso
RJ, 28 de Janeiro de 2012







 Acompanhando Herculano Alencar no poema "Propriedade Privada": http://www.poesiapura.com/poesia/viewtopic.php?t=26032

Dominação


Acompanhando Herculano Alencar no poema "Propriedade Privada": http://www.poesiapura.com/poesia/viewtopic.php?t=26032

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