O Desafio do Mestre Odir
Mestre Odir cabra arretado
E poeta de mão cheia
Ficou mal semana e meia
Com um baita resfriado
Um vírus mais que safado
Derrubou-o no sofá
Provocando um bafafá
Com a febre que aumentou
E a coriza que jorrou
lambuzando tudo lá
Água pro esquenta pé
Cachecol e cobertor
O sol a pleno vapor
Gritando por picolé
D’olho no acarajé
Parecia debochar
No convite a namorar
Mas o pobre enrolado
Que gemia um bocado
Mal podia respirar
E acabou a aspirina
Férias da empregada
A mulher foi pra Granada
A vizinha desatina
A amiga Angelina
Arranjou um namorado
Ciumento e sarado
Que não dava pra enfrentar
“Melhor não telefonar!”
Pensou, desesperançado
Mas a coisa piorou
Quando um grupo atarantado
Pra juntar algum trocado
Fibras ópticas roubou
Muitos cabos enrolou
O poeta, coitadinho
Sonhando com seu benzinho
Ligou o computador
Para ver se seu amor
Lhe mandava um beijinho
Clicou no navegador
E a Internet não pegou
Nenhuma onda rolou
Foram dias de horror
Sozinho, com muita dor
Já não via mais saída
Era forte a batida
O Mozzilla congelado
O Firefox parado
Deu a luta por vencida
E brigou co’a poesia
Disse não à inspiração
Só pensava em palavrão
Pois tossia noite e dia
E a tudo maldizia
Se sentindo abandonado
Foi ficando acabrunhado
Andando de lá pra cá
Achando a vida má
E o maior azarado
Não percebia o poeta
Que aquele resfriado
Que alterava seu estado
Era a fêmea Julieta
Que o rondava, inquieta,
Bela, forte e corada
Vinha sempre caprichada
Sonhando ser sua musa
Não aceitava recusa!
Pois estava apaixonada
Luzia M.Cardoso\ RJ
10\02\2012
Odir Milanez
A Luzia, que era Luna,
de mim soube da notícia.
Chamou, então, a polícia,
fez do coreto tribuna.
Do bafafá sendo aluna,
num estilo caprichado
disse à NET e ao delegado
que pelo roubo de fios
eu ficara a ver navios,
sem sinal, e resfriado!
De fato eu disse a Luzia
que, por causa da robótica,
o furto de fibra ótica
dá-se quase todo o dia.
Uma semana fazia
que, pela tosse tomado
e o provedor bloqueado,
vagando espaços vazios,
eu ficara a ver navios,
sem sinal, e resfriado!
Hoje o sistema está bem.
A tosse se escafedeu.
Agora, Luzia e eu,
bem nos sentimos também.
Dos versos sendo refém,
em versos mando um recado
para Luzia: Obrigado
por dizer, entre elogios,
que eu ficara a ver navios,
sem sinal, e resfriado!
JPessoa/PB
11.02.2012
Bom dia Luiza,
ResponderExcluirSuper bacana a tua homenagem ao Meste Odir!Um cordel arretado de bom!!Parabéns aos dois Poetas! Beijos