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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Magma (Estrofe do poema que integra a Antologia do Prêmio UFF de Literatura 2012)

Prêmio UFF de Literatura 2012: O Contador de Histórias.
Ao centro, o poeta e escritor homenageado, Luis Antônio Pimentel


Magma

 

Luzia M. Cardoso

 

 

Vem cercado de sereias,

chega ao centro da aldeia

com histórias pra contar.

Larga a barba ao horizonte,

olhos brilham sobre o monte,

confundindo o luar.

 

Seu tridente roda a Terra

refletindo a Nova Era,

com semblante a decifrar.

Semideuses na plateia

querem ouvir a odisseia

que Netuno vai narrar.

 

Deus parece comovido

pelo amor foi conduzido

ao fitar o continente.

E aponta o cenário

de um ato milenário

que se faz constantemente.

 

A voz rouca do Ancião

pinta a tela na visão

de todos os seus ouvintes.

Rasga o véu da bela Gaia,

apontando para a praia

descrevendo o seguinte:

 

“Oceano displicente

brinca com areia quente

numa gruta escondida.

Desce um manto estrelado,

com raios encabulados

de uma lua enternecida.

 

Vento vem assoviando,

mil pétalas carregando

pro local todo enfeitar.

Olor de flores do campo

e luzes de pirilampos

vão criando um altar.

 

Ao fundo, renda francesa

no corpo da camponesa

escorrega devagar.

Ela funde-se ao amante

cuja haste insinuante

pulsa pronta a penetrar.

 

Ondas largas vão e vêm,

o fogo sobe muito além,

labaredas a esquentar.

Lavas deslizam nos vãos,

rolam corpos pelo chão,

magma borbulha no mar.

 

E deixaram no outro lado

um povo acorrentado

produzindo plúmbea flor,

que cresce, toma os ares,

envenena os pomares,

abre o pranto e causa dor.”


Logo, o rosto de Netuno

fecha-se ao infortuno

e começa a assombrar.

Nuvens cobrem os seus olhos,

rolam nas faces orvalhos,

com tridente a faiscar.

 

E prevendo a tempestade

sobre a humanidade

põe-se em meditação.

Vê a rota alterada

da roda desgovernada

aos giros da criação.

 

Seus olhos de breu da noite

antecipam o açoite

na trilha de tanta gente.

Um trovão faz ressoar

e risca na terra e no ar

um conselho incandescente:

 

“Homens brincam de criar,

mas somente o verbo amar

forma a aura do Planeta.

                     Tudo perde a criatura                        

quando d’algum grão descura

ao passar pela ampulheta.”




(Essa é apenas uma das estrofes do poema selecionado no Prêmio UFF de literatura e que integra a Antologia de textos premiados: poesia - crônica e conto, disponível na Editora UFF, Rua Miguel de Frias,  Nº 9 Anexo/Sobreloja. Icaraí, Niterói–RJ - Tel:   (21) 2629-5287    Fax: (21) 2629-5288)

domingo, 2 de dezembro de 2012

Morte






O poema "VOU FICAR DE VEZ NA PORTA DESTE CEMITÉRIO", de Affonso Romano de Sant'Anna, levou-me a emoções tão intensas que resultaram nesse que deixo aqui.

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