Obra Licenciada por Creative Commos

Licença Creative Commons
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição.

Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
http://twitter.com/#!/luzia48

Direitos autorais registrados na FBN

sexta-feira, 22 de julho de 2011

FIM DE ESTAÇÃO






Folhas secam e caem dos galhos,
colorindo o caminho.
O outono, já grisalho,
esgotado, sai sozinho.

 


Abre a vida a própria roda.
Sem paradas, não tem freios.
Corre e escorre, à sua moda.
Gira, e tudo se acomoda.
Estações vêm sem rodeios,
abrem e fecham os atalhos,
com ou sem a luz da lua,
lapidando os cascalhos.
Nas árvores, lá da rua,
folhas secam e caem dos galhos.

Enfeitada, a calçada
pinta e borda os meus sonhos.
Quebro a máscara, na estrada.
Vou sem peso, vou sem nada,
só com o manto que disponho,
e que dele desalinho.
Já não brigo com as sombras
que retiram, como linho,
do meu corpo, frágeis fibras,
colorindo o caminho.

Uma copa acinzentada
falou alto, aos meus olhos,
que a noite, atordoada,
escondeu a madrugada,
nesse corpo que eu encolho,
ao calor que amealho;
que a brasa que eu queimava
é o pó onde me espalho.
E, solene, me entregava
o outono, já grisalho.

De repente, de uma estrela
não mais vi o seu reflexo.
Apagou-se, logo aquela,
cujo brilho, na janela
dava à vida outro nexo.
Nem o lago, adivinho,
entendia que o destino
sussurrava, num cantinho,
que o planeta, matutino,
esgotado, sai sozinho.


Luzia M. Cardoso
RJ, 2011


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Degredo






Degredo

 

Oh, desprezo que me açoita,
desfolhando-me aos olhos tantos,
e deixa minha alma à própria sorte,
contorcendo-se em desencanto.

Oh, desprezo, peço-te anistia
cabisbaixam-me os reversos.
Ferem-me, cruéis, as noites frias,
escurraçam-me os versos.

Oh, desprezo, também é meu sangue,
em vermelho tão escuro,
o que sai da artéria para a tela
e extrapola tantos muros.

Oh, desprezo tenhas dó,
sou apenas nota humana
de uma pauta aparente,
entre linhas tão insanas.

Ah, mas se as brumas não permitirem
que minha luz tu vejas ao dia,
seguirei por entre trevas,
numa eterna travessia.

E irei sempre em frente,
subvertendo a poesia.

Luzia M. Cardoso




quarta-feira, 20 de julho de 2011

AMIGO (No mote do poeta Rubenio Marcelo)

  

Com a gentil interação do autor do mote

Luzia, hoje em dia, é deveras legal 
A gente saber de uma grande amizade
  Sincera e repleta de fraternidade,
  Assaz confidente, gentil e leal.  
Destarte, em enlevo mui transcendental,  
Em interação, tendo a paz como abrigo, 
 Nesta sintonia fraterna contigo, 
 No dia de hoje, eu te digo, Luzia:  
Tu, que és grande amiga todo santo dia,  
Hoje és muito mais no 'dia do amigo'!
 
 Abraços,
Rubenio Marcelo 
20/julho/2011

E o carinho do poeta Odir Milanez da Cunha


À poeta   Luzia,  que  é  Luna:
dia-do-amigo
Um amigo de verdade
todo  tempo  está  presente. 
É como eterna saudade:
mora na alma da gente!
Odir, beijando abraços  agradecidos, de passagem

oklima

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Contrato Social



CONTRATO SOCIAL



Meus confrades e confreiras,
puxo aqui como bandeira
ter a arte como lema,
a poesia como luz.
Somos só uma centelha
nessa roda que é tão velha
quanto a rota a que conduz.

Aprendemos no caminho,
e com outros, não sozinhos.
Viajamos numa nave
e a pedra que jogamos
roda a Terra, que é redonda,
produzindo grande onda,
e dela não escapamos.

Crescemos com nossos erros,
sem razões para desterros,
pois iguais curam iguais.
Somos todos semelhantes
e a trave que apontamos
é do olho que fechamos
ao espelho à nossa frente.

Conviver é construir,
ouvindo ali e aqui;
é redefinir conceitos;
é respeitar diferenças;
é perceber com o dia
e com a noite que agonia
a crueldade da sentença.

Proponho aqui um contrato,
para juntos, nesse ato,
decidirmos, ponto a ponto,
as regras da convivência,
garantindo a equidade,
para além da amizade,
de todos, a anuência.

Para o ponto de tensão,
uma placa de atenção.
Se a via é de mão única,
peça para ultrapassar.
Calma na velocidade,
já que a serenidade
garante o bem-estar.

O comboio atrapalha,
pois parece uma muralha
que demarca a fronteira
impedindo a visão.
Quando passa, atropela
quem estava na janela
enterrando a criação.

Aos outros, como a nós mesmos,
já que tudo o que queremos
é só uma vida de paz.
Dar boiada pra contenda,
para dela não sair,
é uma forma de cair
e sangrar na mesma fenda.

Se nós causamos a dor,
seremos muito melhor
abrandando o coração
para mudarmos, de fato,
deixando de ser espinho
e a pedra no caminho
que alimenta o pugilato.

Na guerra, falsa é a vitória,
secos os louros da glória,
frente à destruição.
E o que é ignorado,
no tempo que vale ouro,
é o único tesouro
permitido do outro lado.

Nem de longe sou Rousseau
mas cultivo o amor
plantando neste jardim
uma flor especial,
embrulhada de presente.
Aqui, deixo a semente
de um contrato social.

Sou turista, de passagem,
nessa linda paisagem
que transmite alegria.
Peço, que preservem, apenas,
da alma, só a essência;
do espaço, a existência,
sempre que entrarem em cena.

Luzia M. Cardoso

Foto e poema: Luzia M. Cardoso

Arquivo do blog