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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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domingo, 29 de outubro de 2017

Triolé do Pinto Mau



Triolé do Pinto Mau 


O pinto traiu o galo
E muito vai lhe doer,
Se o mal lhe traz regalo.
O pinto traiu o galo!
Do que causou o abalo,
Ele irá se arrepender!
O pinto traiu o galo
E muito vai lhe doer!

Luzia M. Cardoso

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O Dia B


O DIA B


Quando o tempo permitir;
Quando o sol não mais queimar;
Quando a noite não cair...

Quando o outono acabar;
Quando o roseiral florir;
Quando o cravo perfumar...

Quando o rio bem fluir;
Quando o vento refrescar;
Quando a ressaca abrandar...

Quando a bota não pesar;
Quando o chumbo não furar;
Quando o pau não mais baixar...

Se o espelho limpar;
Se cara a cara eu ficar;
Se em ti me refletir...

Nesse dia, só, então,
Quando todos derem a mão,
Teremos uma Nação.

Luzia M. Cardoso
RJ, 25\10\2017

domingo, 22 de outubro de 2017

Triolé do Scott Mingau


Triolé do Scott Mingau


Mingau virou as costas,
Ratinhos vão à farra?
Mingau terá respostas!
Mingau virou as costas!
Com unhas bem expostas,
Termina a algazarra.
Mingau virou as costas!
Os ratinhos vão à farra?

Luzia M. Cardoso

Triolé do Anjo da Guarda

Foto de Fernando Szklo, de um quadro a óleo pintado pelo próprio:
Uma intervenção a partir de um dos anjos de Rafael Sanzio.


Triolé do Anjo da Guarda 


Um anjinho t’acompanha,
A bons caminhos conduz!
De bênçãos ele te banha.
Um anjinho t’acompanha.
Não teme e não estranha,
Dá-lhe a mão, recebe a luz!
Um anjinho t’acompanha .
A bons caminhos conduz!

Luzia M. Cardoso

sábado, 21 de outubro de 2017

Por Metro


POR METRO


Sou pedreiro, faço pontes,
Faço prédio, faço estradas
E também faço o mirante,
Como faço a sacada
Onde prendo aquela rede
Que te guarda, na jornada,
Quando miras o horizonte.
Sou pedreiro e me apronto
Para toda e qualquer obra.
Do que faço, eu me orgulho:
Troco piso do banheiro,
Sala, quarto e cozinha.
Sou quem ergue as paredes
Pondo vigas e tijolos.
Bato lajes, boto telhas,
Faço escadas e muito mais.
Nesse mundo de meu Deus,
Devo ser seu assistente.
Se tens casa para erguer,
Uma para consertar,
Podes, pois, me contratar.
Hoje, agora, ou logo mais,
Amanhã ou outro dia.
Deixarei meu telefone,
Assim podes me chamar.
Onde estou, tem outros mais.
Somos muitos, muitos, tantos.
Há ferreiros, há pintores,
Marceneiros, armadores,
Serventes, encanadores,
Eletricistas e bombeiros,
Cozinheiras, confeiteiras,
Há babás e faxineiras,
Lavadeiras, costureiras,
Sapateiros, artesãos...
Do trabalho, o que pensares,
Tu encontrarás por lá.
Onde estou, tem outros mais.
Outros tantos pés e mãos
Com projetos na cabeça
De ter vida para todos
E que nunca haja fome,
Nem crianças ao relento;
Onde velhos contem histórias
Registradas em memórias;
Onde existam garantias
Do presente à vida afora:
De um futuro sem muros;
Onde todos tenham nome
E um mesmo sobrenome:
Que sejamos os “da Terra”,
Desfrutando dos recursos
Dessa Terra de humanos,
Dessa Terra de mortais.
Onde vivo, vivem mais.
Todos nós, em movimento.
Todos nós, trabalhadores,
Na massa, somos fermento
E a liga mais concreta,
Pois, do chão à construção,
Imprimimos digitais.
Trabalhadores com sonhos,
De esperanças repletos...
Apesar do pesadelo
De ver faltar o provento
Pra pagar o aluguel;
A desapropriação,
Noites de chuva e frio,
Do cacete e do berro,
Dos fantasmas sob a ponte,
Das sombras, dos funerais...
Nós somos trabalhadores
E não somos virtuais:
Sangue corre nas veias,
Suor escorre na pele,
Nosso corpo sofre ao tempo,
Nossas lágrimas são reais,
São reais nossos afetos.
Nós somos trabalhadores,
Trabalhadores Sem Teto.


Luzia M. Cardoso

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Gatos e Ratos (no mesmo mote)



Gatos e Ratos
(no mesmo mote)


Já não sei mais, “seu” doutor,
O que é certo ou errado,
Quem é deste ou do outro lado,
Do Diabo ou do Senhor,
Quem goza ou sente dor.
Praga, que tudo infesta,
Corrompe gente honesta
Com farsas e vis propostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

O troca-troca, lá no alto,
Avilta quem está no chão,
Deixando muitos sem pão.
Da planície ao planalto,
Desproveem, de assalto,
Nossa gente tão modesta.
E ninguém se manifesta!
Querem votos e apostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

Amarelam os vermelhos,
Os de faces arroxeadas!
Varandas gourmetizadas
Cobram dobras de joelhos,
Pois não metem os bedelhos
Gente que jura, atesta,
E a tudo já se presta,
Pr’afiançar rola-bostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

Cai máscara da geral
No horário que é nobre.
Ninguém teme, nem encobre,
Tanta prática amoral.
Tamanha cara-de-pau!
Não se espia pela fresta
O que à luz se manifesta.
As cartas foram expostas!
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!

Luzia M. Cardoso

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