Gatos e Ratos
(no mesmo mote)
Já não sei mais, “seu” doutor,
O que é certo ou errado,
Quem é deste ou do outro lado,
Do Diabo ou do Senhor,
Quem goza ou sente dor.
Praga, que tudo infesta,
Corrompe gente honesta
Com farsas e vis propostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!
O troca-troca, lá no alto,
Avilta quem está no chão,
Deixando muitos sem pão.
Da planície ao planalto,
Desproveem, de assalto,
Nossa gente tão modesta.
E ninguém se manifesta!
Querem votos e apostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!
Amarelam os vermelhos,
Os de faces arroxeadas!
Varandas gourmetizadas
Cobram dobras de joelhos,
Pois não metem os bedelhos
Gente que jura, atesta,
E a tudo já se presta,
Pr’afiançar rola-bostas.
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!
Cai máscara da geral
No horário que é nobre.
Ninguém teme, nem encobre,
Tanta prática amoral.
Tamanha cara-de-pau!
Não se espia pela fresta
O que à luz se manifesta.
As cartas foram expostas!
Gatos nem mais dão as costas,
Com ratos, fazem a festa!
Luzia M. Cardoso
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