Hoje, eu encontrei um barquinho
em minha calçada atracado.
Longe do mar, muito sozinho,
náufrago num pó acinzentado.
O que faz aqui encalhado,
sobre um asfalto tão quente?
Terá sido ele arrastado
por grande e forte torrente?
O que fez esse barquinho,
em um subúrbio naufragar?
Perdeu ele o caminho
das brilhantes águas do mar?
Por quais ondas ele veio?
Em quantos cais já aportou?
E por que dessa parada?
Foi amor que aqui deixou?
Um mistério há no barquinho,
que por ele foi revelado.
Fez com as palavras um joguinho,
enigma a ser decifrado.
É mesmo um barquinho real,
por uma palmeira criado,
que de sua palha imperial,
nos deu esse sonho encantado.
Muitas histórias ele traz,
muitas outras pode contar.
Brincando com rimas e versos,
nele você pode embarcar.
Por Luzia, ilustração e poesia.
Edição da animação: P. L.C. de Souza
Não resisti em escrever esse ensaio, ao ver algo que parecia ser um barquinho atracado em um subúrbio do Rio, distante do mar.
Chegando perto, percebi que era a palha da sementeira da palmeira imperial, ali caída, na base de seu tronco. Pareceu-me, na hora, que a natureza queria brincar com a imaginação das pessoas que por ali passassem.
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