Poesias e ilustrações: Todos os direitos reservados. Página no Youtube http://www.youtube.com/user/luziamaga
Obra Licenciada por Creative Commos
Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.
A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.
Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.
Luzia M.Cardoso
http://twitter.com/#!/luzia48
Direitos autorais registrados na FBN
Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.
Luzia M.Cardoso
http://twitter.com/#!/luzia48
Direitos autorais registrados na FBN
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
A Suburbana
A Suburbana
Fui criada pra casar,
encontrar um bom marido,
bom de cama e destemido,
gostando de trabalhar,
pra família sustentar.
Mas gamei no Zévivido,
paixão forte, sem sentido,
foi um caso sem futuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Acontece que emprenhei,
de um homem que ninguém viu.
Foi pra ponte que partiu.
Muito, muito que chorei,
mas sou forte, aguentei.
De um parto mal assistido,
nasceu meu filho querido,
tão pequeno e prematuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Tive que me desdobrar.
Aprendi logo um ofício,
evitava o desperdício,
pras contas poder pagar,
também meu filho criar.
Meu patrão foi um bandido.
Pagamento? Esquecido.
Sindicato? Sobre o muro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Procurei os meus direitos,
processando o safado.
Um advogado arretado
fez as contas e os acertos,
provando tudo nos autos.
Com cara de boi lambido,
patrão disse ter falido.
Dinheiro? Ainda procuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Resolvi tudo mudar.
Fui vender os meus salgados,
fresquinhos e congelados.
Andei por todo lugar,
com sapatos a apertar.
Fiado, embora insistido,
virava surda d'ouvido.
Cuidando do meu futuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
O retorno era incerto.
Nos dias de muita venda
achava ter boa renda.
Nos outros, passava aperto,
e penava, a céu aberto.
Via ter tudo perdido
com olhar entristecido,
antevia grande apuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Uma banca, eu montei,
na calçada da Central.
Movimento sem igual.
Muitos salgados levei.
Contudo, logo lembrei
do “rapa” ter esquecido,
quando eu vi tudo no escuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Voltei pra lida que tinha.
Brigando para viver.
Vendo meu filho crescer,
fazendo tudo sozinha,
pra qu'ele andasse na linha.
Dei brinquedo colorido.
Dou carinho merecido.
Mau olhado, esconjuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Sou de luta, sou mulher.
Não sou frágil, eu não
quebro.
Puxo muito por meu cérebro,
sem deixar nada a fazer.
Se precisar, vou bater.
Cultivo em terreno árido,
pra colher um bem querido.
Assusto medos no escuro.
Se não tenho o couro duro,
não tinha sobrevivido.
Tenho, agora, aqui comigo
os frutos por mim colhidos.
Todos eles, merecidos.
Minha casa, meu abrigo;
Filho, netos, que bendigo;
Meu caminho, definido;
amor por mim escolhido.
Estou em porto seguro.
Se não tenho o couro
duro,
não tinha
sobrevivido.
domingo, 19 de setembro de 2010
Ouves Minhas Mãos?
Ouves
minhas mãos?
No
tempo, aos sons indecodificáveis,
respondo com
outros tantos que ecoam.
Sem retorno, eu
não tenho nem talvez,
e os fantasmas
chegam e me povoam.
Insisto em
movimentos de lagoas,
nesse abre e
fecha de teus lábios frios,
e engulo as
ondas cegas que ressoas.
Tanta
insensatez leva ao chão meus brios.
Nas mãos,
a esperança vem gritando,
aos olhos que
estão prontos pra enxergar
a dor que arde
à flor de minha fibra.
Ao rosto, cerro
mãos silenciando,
e logo, abro
meus dedos devagar.
Abençoo-te,
meu irmão surdo à LIBRA.
Por Luzia M. Cardoso
22/09/2010 Poema corrigido.
Imagens: http://www.acessobrasil.org.br/libras Acesso em 19/09/2010
Animação em photoscape
sábado, 18 de setembro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Baião de Dois
Feijão, arroz, queijo coalho e temperos,
juntos, somos como baião de dois
Quando você vem com passos ligeiros,
entrego-me à dança e a você, depois.
juntos, somos como baião de dois
Quando você vem com passos ligeiros,
entrego-me à dança e a você, depois.
Na candência de corpos brejeiros,
o sanfoneiro uma pimenta pôs.
Feijão, arroz, queijo coalho e temperos,
juntos, somos como baião de dois.
o sanfoneiro uma pimenta pôs.
Feijão, arroz, queijo coalho e temperos,
juntos, somos como baião de dois.
Terra molhada, corações sinceros
Luar do sertão sorrindo pra mim
Somos caipiras, com olhos matreiros,
que rodam no chão cheirando a capim.
Feijão, arroz, queijo coalho e temperos
Somos caipiras, com olhos matreiros,
que rodam no chão cheirando a capim.
Feijão, arroz, queijo coalho e temperos
Por Luzia
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Si incostá, ixplodi!
Si incostá ixplodi!
Ôtonhu Perera, seu moçu
é comu carni di pescoçu
pareci inté jegui impacadu
cum eli já passu um dubradu
i voltimeia tenhu um troçu
Im toda nossa relação
nós temu muita opinião
É di forma qui u bichu pega
Fogu i pórvora nóis num nega
i ixpludimu mais qui rujão
Quandu um qué i u otru diz não
ou um num dá aquela atenção
Nóis pulamu feitu cabritu
damu ataqui di piriquitu
i é tamanha a cunfusão
A coisa fica é muitu feia
nois dizemu u qui dá na teia
i ficamu muitu amuadu
i cada um vai pru seu ladu
pensanu muita da besteia
Modi, eli diz qui sô valenti
muito pior qui dor di denti
U homi fica é invucadu
Inté qui falu du meu modu
qui num fiquei nada contenti
U qui é pior nessa pendenga
é nóis dois ficarmu mulenga
cum a cabeça aturmentada
É muita lágrima rulada
nu meiu dessa lenga-lenga
Nóis num sabemu, nessa hora,
qui o qui é meior, agora
é nóis ouvi u curação
i mudarmu di pusição
prá num deixá tudu ir imbora
Modi qui é choqui di visão
i mereci muita atenção
pra ninguém ficá machucadu
ou cum us nervus isfrangaiadu
nem aumentarmu essa tensão
O qui mais queru é qui Ôtonhu
num fiqui nunca du tristonhu
Eu gosto tantu dessi moçu
i u seu surriso num tem preçu
seu curação num tem tamanhu
Vô pedi à Virgi Maria
Um pouco mais di carmaria
nessi incontru tão increncadu
modi um casal emocionadu
num mais sufrer nessa agunia
Agora qui vi u cumpassu
num queru mais queda di braçu
Isperu qui meu parceirinhu
pensi cum muitu du carinhu
i venha já mi dá um abraçu.
(Na visão de Rosinha Arueira)
Por Luzia
domingo, 5 de setembro de 2010
A Cigarra e a Formiga
Muito
cantou na primavera,
alardeou todo o verão:
- Nesse calor, ah, quem me dera
- Nesse calor, ah, quem me dera
nadar
nas ondas da paixão!
Mas
diferente da cigarra,
formigas
andam pelo chão.
Labutam cedo e com garra,
para estocar a provisão.
Chegou o tempo do inverno
A cigarra, indiferente,
se mantinha nas cantigas.
Fez-se dona do terreno,
Fez-se dona do terreno,
s'apropriou do excedente
da dura lida das formigas.

As formigas não gostaram
do final dessa história,
E, aos poucos, revelaram
o que guardavam na memória:
- A cigarra nos explora,
s'apropria desse chão,
Com a sua cantoria,
desvia a nossa atenção!
s'apropria desse chão,
Com a sua cantoria,
desvia a nossa atenção!
Luzia M. Cardoso
(Versão
da fábula atribuída a Esopo, e recontada por La Fontaine. França, 1621-1695)
sábado, 4 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)