Muito
cantou na primavera,
alardeou todo o verão:
- Nesse calor, ah, quem me dera
- Nesse calor, ah, quem me dera
nadar
nas ondas da paixão!
Mas
diferente da cigarra,
formigas
andam pelo chão.
Labutam cedo e com garra,
para estocar a provisão.
Chegou o tempo do inverno
A cigarra, indiferente,
se mantinha nas cantigas.
Fez-se dona do terreno,
Fez-se dona do terreno,
s'apropriou do excedente
da dura lida das formigas.
As formigas não gostaram
do final dessa história,
E, aos poucos, revelaram
o que guardavam na memória:
- A cigarra nos explora,
s'apropria desse chão,
Com a sua cantoria,
desvia a nossa atenção!
s'apropria desse chão,
Com a sua cantoria,
desvia a nossa atenção!
Luzia M. Cardoso
(Versão
da fábula atribuída a Esopo, e recontada por La Fontaine. França, 1621-1695)
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