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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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domingo, 15 de agosto de 2010

Igual a Zé Limeira

Igual a Zé Limeira

Vi o Sol nascer quadrado
quando peguei uma moça
naquela antiga palhoça
Mas o pai, cabra arretado,
era o tal do delegado,
que pegou a brincadeira,
e fez, logo, minha caveira
Na cela, virei bagaço.
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.



Que menina mais fogosa
na cadeia também ia,
dia e noite, noite e dia,
tremenda da mentirosa
mas pro pai era uma rosa.
E me arrochava, na esteira,
acendendo a fogueira,
no cantinho do espaço.
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.



Transamos por muitos dias
Como nunca nego fogo,
entrei louco nesse jogo.
Com muitas estrepolias,
nos fartamos nas orgias.
O pai pensava ser freira,
ela que dava bandeira
pro da rima nem um traço.
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.



Fiquei com medo da égua,
pois tudo degringolou
quando no mês atrasou.
Eu pedi logo uma trégua,
pois seu pai passava a régua,
capando com a peixeira
qualquer que fosse o caipira,
cortando tudo em pedaço.
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.



E de todos se escondia,
apertando com uma cinta
o que já estava na pinta,
muito a barriga crescia.
Meu futuro eu antevia.
Tive acesso de gagueira,
deu ataque de coceira,
pois estava com cagaço.
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.



Pior estava por vir:
A moça tinha desejo,
a noite pedia queijo.
Sua mãe pôs-se a pedir
um doutor pra conferir,
logo, logo, na carreira.
Percebendo ser besteira
uma regra sem compasso.
Eu querendo também faço
igualzinho a Zé Limeira.



O doutor só confirmou
o que todos já sabiam,
pois a tudo assistiam.
Quando a moça desmaiou,
sua mãe muito berrou
com o pai na cabeceira,
o delegado Vieira,
cabra duro feito aço.
Eu querendo também faço
igualzinho a Zé Limeira.



O pai armou na surdina
a minha cama de gato,
diante daquele fato.
Com a cabeça na latrina.
percebi ser minha sina
ganhar uma companheira,
consertando aquela asneira,
ou ficar sem o meu baço.
Eu querendo também faço
igualzinho a Zé Limeira.



Foi por isso que assumi,
pra não passar por moleque
não sou de salamaleque.
Bela beca eu vesti,
logo casando eu me vi.
Tomei uma bebedeira,
e caí da ribanceira,
quebrando a perna e o braço.
Eu querendo também faço
igualzinho a Zé Limeira.



Mas na tal da Lua de Mel,
não sabia o que fazia,
o troço não respondia.
A mulher é um farnél,
e eu com cara de pastel.
Comprei correndo na feira,
chá de levantar brocheira
pra não passar embaraço.
Eu querendo também faço
igualzinho a Zé Limeira.


Luzia
RJ, agosto de 2010

Seguindo o mote do poeta Daniel Fiuza, no site www.poesiapura.com

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