Igual
a Zé Limeira
Vi
o Sol nascer quadrado
quando
peguei uma moça
naquela
antiga palhoça
Mas
o pai, cabra arretado,
era
o tal do delegado,
que
pegou a brincadeira,
e
fez, logo, minha caveira
Na
cela, virei bagaço.
Eu
querendo também faço
Igualzinho
a Zé Limeira.
Que
menina mais fogosa
na
cadeia também ia,
dia
e noite, noite e dia,
tremenda
da mentirosa
mas
pro pai era uma rosa.
E
me arrochava, na esteira,
acendendo
a fogueira,
no
cantinho do espaço.
Eu
querendo também faço
Igualzinho
a Zé Limeira.
Transamos
por muitos dias
Como
nunca nego fogo,
entrei
louco nesse jogo.
Com
muitas estrepolias,
nos
fartamos nas orgias.
O
pai pensava ser freira,
ela
que dava bandeira
pro
da rima nem um traço.
Eu
querendo também faço
Igualzinho
a Zé Limeira.
Fiquei
com medo da égua,
pois
tudo degringolou
quando
no mês atrasou.
Eu
pedi logo uma trégua,
pois
seu pai passava a régua,
capando
com a peixeira
qualquer
que fosse o caipira,
cortando
tudo em pedaço.
Eu
querendo também faço
Igualzinho
a Zé Limeira.
E
de todos se escondia,
apertando
com uma cinta
o
que já estava na pinta,
muito
a barriga crescia.
Meu
futuro eu antevia.
Tive
acesso de gagueira,
deu
ataque de coceira,
pois
estava com cagaço.
Eu
querendo também faço
Igualzinho
a Zé Limeira.
Pior
estava por vir:
A
moça tinha desejo,
a
noite pedia queijo.
Sua
mãe pôs-se a pedir
um
doutor pra conferir,
logo,
logo, na carreira.
Percebendo
ser besteira
uma
regra sem compasso.
Eu
querendo também faço
igualzinho
a Zé Limeira.
O
doutor só confirmou
o
que todos já sabiam,
pois
a tudo assistiam.
Quando
a moça desmaiou,
sua
mãe muito berrou
com
o pai na cabeceira,
o
delegado Vieira,
cabra
duro feito aço.
Eu
querendo também faço
igualzinho
a Zé Limeira.
O
pai armou na surdina
a
minha cama de gato,
diante
daquele fato.
Com
a cabeça na latrina.
percebi
ser minha sina
ganhar
uma companheira,
consertando
aquela asneira,
ou
ficar sem o meu baço.
Eu
querendo também faço
igualzinho
a Zé Limeira.
Foi
por isso que assumi,
pra
não passar por moleque
não
sou de salamaleque.
Bela
beca eu vesti,
logo
casando eu me vi.
Tomei
uma bebedeira,
e
caí da ribanceira,
quebrando
a perna e o braço.
Eu
querendo também faço
igualzinho
a Zé Limeira.
Mas
na tal da Lua de Mel,
não
sabia o que fazia,
o
troço não respondia.
A
mulher é um farnél,
e
eu com cara de pastel.
Comprei
correndo na feira,
chá
de levantar brocheira
pra
não passar embaraço.
Eu
querendo também faço
igualzinho
a Zé Limeira.
Luzia
Luzia
RJ, agosto de 2010
Seguindo o mote do poeta Daniel Fiuza, no site www.poesiapura.com
Muitooooooooooo bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!!!!!!!
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