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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Bonequinha






É gatinha da mamãe, boazinha e adestrada.
É a bonequinha do papai que não pode se ferir.
Garotinha conformada para ser mulher domada,
em seu  rumo a menina não consegue interferir.

Em boneca transformada para não poder agir,
cresce toda "inha", parecendo inanimada.
É gatinha da mamãe, boazinha e adestrada.
É a bonequinha do papai que não pode se ferir.

Bonequinhas na estrada não fazem a caminhada,
sujeitas na história a brinquedos de queridos.
Foi menina malcriada para ser mulher casada,
não reage às algemas de chamegos de maridos.
É gatinha da mamãe, boazinha e adestrada.


Por Luzia (poesia, foto e edição).
 
E publicado em https://www.camarabrasileira.com.br/apol64-074.htm
  



Tentei fazer essa poesia no estilo Rondell. Acho que agora eu consegui.
Inicialmente postei esse ensaio com três quadrilhas e uma quintilha, assim:

A gatinha da mamãe, boazinha e adestrada,
é a bonequinha do papai que não deve se ferir.
Garotinha conformada para ser mulher domada,
nesse rumo de menina não consegue interferir.

Crescendo toda "inha", parecendo inanimada,
fica presa a grades, para nelas poder existir.
A gatinha da mamãe, boazinha e adestrada,
é a bonequinha do papai que não pode se ferir.

Bonequinhas na estrada não fazem a caminhada,
sujeitas na história ser brinquedos de queridos.
A gatinha da mamãe, boazinha e adestrada,
não reage às algemas de chamegos de maridos.
Foi menina malcriada para ser mulher casada.

A gatinha da mamãe, boazinha e adestrada.
é a bonequinha do papai que não pode se ferir.
Não é vidro nem borracha, é mulher domesticada
em boneca transformada para não mais poder agir.
 
  Meu amigo José aparecido Botacini me esclareceu que Rondell não pode ter variações, mantendo o formato desde sua origem. Assim, retirei uma estrofe e, para adaptar o que tinha elaborado ao Rondell, fiz outras modificações. 

Reproduzirei, abaixo, a sugestão desse meu amigo, pois também gostei de suas mudanças.
 Assim é a gatinha da mamãe, boazinha e adestrada,
é a bonequinha do papai que não deve se ferir.
Garotinha conformada para ser mulher domada,
nesse rumo de menina não consegue interferir.

Crescendo toda "inha", parecendo inanimada,
fica presa a grades, para nelas poder existir.
Assim é a gatinha da mamãe, boazinha e adestrada,
é a bonequinha do papai que não pode se ferir.

Bonequinhas na estrada não fazem a caminhada,
em boneca transformada para não mais poder agir,
Não é vidro nem borracha, é mulher domesticada.
Garotinha sem vontades, nem direito de sorrir,  
Assim é a gatinha da mamãe, boazinha e adestrada.
 
06/02/10 - Quando eu postei essa poesia, a primeira estrofe escrevi assim:
A gatinha da mamãe, boazinha e adestrada,
é a bonequinha do papai que não deve se ferir.
Garotinha conformada para ser mulher domada.
No destino da menina todos querem interferir.

Depois de muito pensar, cheguei a conclusão que esse destino estava sendo muito determinado, e assim, resolvi mudar, mas acho que os dois ficaram bons.

5 comentários:

  1. Luzia, como posso tentar modificar uma coisa que é já tão bela? Gostei demais!

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  2. Cara poetisa fiquei encantado com o seu discernimento no ato seu de criar, a sua inspiração tem alguma "coisa" de muito especial que foge da maneira tradicional de compor e com isto a sua poesia fica bem interessante de ler. No primeiro texto você abdicou da métrica porem se ateu na essência da idéia que te fez criar um lindo texto com reflexões muito importantes sobre o fato de que a mulher ainda sofre com a submissão imposta a ela pelos pensamentos arcaicos de uma sociedade ainda machista. Parabéns pela mensagem de insatisfação contida em seu texto. Meus aplausos, J.A.Botacini-Zezinho.

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  3. Oi Luzia, é Catia quem te escreve (filha da Alda, neta da Néia)!! Que lindo ver a poesia ganhar você!! Comecei hoje, agora, a ler seu blog e pensar seus poemas. Este foi o que mais me chamos a atenção, pelo empenho no artesanato e pela questão do feminino.
    Vamos ficar em contato, trocar ideias e impressoes literarias!!
    Bjs

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