Soneto ao Sete de Setembro
Nas trilhas d’Oiapoque ao Chuí
há rugas mestiças em muitas faces;
dos frutos do trabalho, há desenlace;
a sangue, regam as terras aqui.
Servis olhares cerram guetos gélidos,
temendo os estrondos dos fuzis
erguidos pelos braços juvenis...
São filhos dessa pátria e excluídos.
E o verde das florestas tropicais
desbota, como a cor dos manguezais,
às margens dos rios que vão aos ares.
Mas vibra forte o eco: “Não, jamais!”
Nas longas e altas ondas desses mares,
na garra dos quilombos dos palmares.
Luzia M. Cardoso
Poema, desenho e edição
Rio de Janeiro, 07 de setembro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário