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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.

A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.

Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.



Luzia M.Cardoso
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

VIA CRUCIS



VIA CRUCIS

Vila Cruzeiro
Adeus, Maré...
Fugiu... Pois é!
Que correria,
naquele dia,
lá no Alemão.
Armas na mão.
Entrou na mata,
na coca, a prata,
e pé no chão.

Subiu o morro,
com os seus manos.
Na mão os planos:
a barricada
naquela estrada.
Não teve jogo:
ateou fogo
naquele carro,
Tirou um sarro,
fugindo logo.

Polícia avança,
ocupa o espaço
blindando o aço.
Chega à favela
pela ruela.
E o tiroteio
é sem rodeio.
É uma guerra,
em nossa terra.
Mas a que veio?

O cancro é feio.
Tráfico mata,
e em cascata.
Recruta jovens
e faz reféns.
Domina os guetos,
sobe concretos,
inventa leis,
e muitos reis
insatisfeitos.

Mas a pobreza
de tanta gente,
muito decente,
é bem cruel.
Não é cordel!
Parcos salários,
vazios armários.
A fome aumenta,
a chapa esquenta
tantos calvários.

E o que fazer
co'a frágil prole
se o cancro engole?
O chão é duro,
o sol escuro,
e a lua nega
o que a fé prega.
É tudo em vão,
só ouvem não.
Essa é a regra.

Pra piorar,
não há trabalho,
só quebra-galho.
- É o que tem!
Diz logo alguém.
Então o sonho,
já tão bisonho,
não a guia mais.
Acabou a paz...
Mundo medonho.

Luzia 







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