VIA CRUCIS
Vila
Cruzeiro
Adeus,
Maré...
Fugiu...
Pois é!
Que
correria,
naquele
dia,
lá
no Alemão.
Armas
na mão.
Entrou
na mata,
na
coca, a prata,
e
pé no chão.
Subiu
o morro,
com
os seus manos.
Na
mão os planos:
a
barricada
naquela
estrada.
Não
teve jogo:
ateou
fogo
naquele
carro,
Tirou
um sarro,
fugindo
logo.
Polícia
avança,
ocupa
o espaço
blindando
o aço.
Chega
à favela
pela
ruela.
E
o tiroteio
é sem rodeio.
É
uma guerra,
em
nossa terra.
Mas
a que veio?
O
cancro é feio.
Tráfico
mata,
e
em cascata.
Recruta
jovens
e
faz reféns.
Domina
os guetos,
sobe
concretos,
inventa
leis,
e
muitos reis
insatisfeitos.
Mas
a pobreza
de
tanta gente,
muito
decente,
é
bem cruel.
Não
é cordel!
Parcos
salários,
vazios
armários.
A
fome aumenta,
a
chapa esquenta
tantos
calvários.
E
o que fazer
co'a
frágil prole
se
o cancro engole?
O
chão é duro,
o
sol escuro,
e
a lua nega
o
que a fé prega.
É
tudo em vão,
só
ouvem não.
Essa
é a regra.
Pra
piorar,
não
há trabalho,
só
quebra-galho.
-
É o que tem!
Diz
logo alguém.
Então
o sonho,
já
tão bisonho,
não a guia mais.
Acabou
a paz...
Mundo
medonho.
Luzia
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