(Imagem feita por Good Utilities)
Os avanços tecnológicos
aceleraram a comunicação,
juntando, em grande multidão,
solitários cibernéticos,
verdadeiros sociofóbicos.
E esses imigrantes virtuais
viraram pixeis imateriais.
São retirantes da existência,
a nova forma de dependência,
ocultos na luz da fantasia.
Por temerem sua aceitação
transformaram o corpo
na extensão de um micro morto,
deixando na tela o coração.
Foram fisgados pela ilusão.
Restritos aos olhos e aos dedos,
se entregaram aos prórpios medos.
Navegantes da ciber-esfera
não vivem mais a própria era.
Ciber fica ao PC atracado.
Mergulhado nessa paixão nova,
Ciber, do PC, é namorado.
Vive num mundo idealizado,
faz, assim, sua própria cova,
enfeitada com verso e prosa.
Essa luz que o hipnotiza,
seus sonhos também esteriliza.
Com medo da dor, afasta o amor,
digitando silêncios de horror.
Tristeza é tudo o que cristaliza.
Sua vida mergulha na lama,
e mente na tela que é brilho,
o solitário andarilho,
que se perdeu na própria bruma.
Apodrecido, seu corpo clama
por sentir todo calor e cheiro...
Mas, Ciber paralisa inteiro.
Corre para um mundo errante,
foge de qualquer real amante.
Jaz na luz do PC traiçoeiro.
Por Luzia
Essa poesia foi escrita a partir da leitura de um artigo sobre dependência de internet.
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