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Aqui trataremos de tudo aquilo que nos emociona.
A vida, em todas as suas formas e manifestações, nos leva a fortes emoções.
Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.
Luzia M.Cardoso
http://twitter.com/#!/luzia48
Direitos autorais registrados na FBN
Espero poder traduzir, em versos e rimas, as expressões da vida com as quais eu tiver contato.
Luzia M.Cardoso
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Ausência
Ausência
Eu sinto o outono e chovo, agora,
lágrimas tristes, que logo te imploram
nutrir a flor, com perfumes d'outrora,
que jaz num canto das brumas qu'afloram.
E o vento leste daqueles momentos
traz na saudade esse frio cortante,
que seca as folhas de meus sentimentos,
e mata os sonhos, nesse breve instante.
Doces lembranças das ondas do mar,
brasas ardentes em mantos fundidos
que iam ao céu, em galopes de amar.
Queria ouvir muitos roucos gemidos
abrindo a pauta de minha existência,
mas hoje eu solo apenas ausência.
Eu sinto o outono e chovo, agora,
lágrimas tristes, que logo te imploram
nutrir a flor, com perfumes d'outrora,
que jaz num canto das brumas qu'afloram.
E o vento leste daqueles momentos
traz na saudade esse frio cortante,
que seca as folhas de meus sentimentos,
e mata os sonhos, nesse breve instante.
Doces lembranças das ondas do mar,
brasas ardentes em mantos fundidos
que iam ao céu, em galopes de amar.
Queria ouvir muitos roucos gemidos
abrindo a pauta de minha existência,
mas hoje eu solo apenas ausência.
Luzia M. Cardoso
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Mi diga cumé qui é... (cordel em dialeto caipira)
Mi diga cume qui é ...
Cumpadi, mi diga cá,
cumé qui fais um
cordé?
Tô querenu namorá
a fia du nhô
José!
Moça fina comu
frô,
i doci quinem um mé.
Dizem qui é
fácil a cousa,
qui'é só
cuntá i rimá.
Candu iscrevu nu
papér,
u bichu já vem
pegá!
Vixe! Qui situação!
Venha cá mi
ajudá!
Queru dizê pra
Ritinha
u qui vem nu curação.
Num queru botá
na corda,
num gostu dixposição.
I num queru num
fulhetu,
carta minha dou na mão.
Manué, fiqui
mais carmu,
jacaré num dá
no pé!
Conti tudo du teu
jeitu,
qui'a prosa nutícia
é.
Dispois arrumi u versu
num tamanhu qui ocê
qué.
Vali um puema cantadu
comu finadu Ugulinu,
repentista qui murreu
há mais tempu
qui'imaginu.
U discursu é
populá,
vá cum carma,
seu mininu!
Bote causos dessa vida,
ponha amô na mensagi.
Ocê vai fazê
bunitu,
já qui'é
um dus personagi.
A Ritinha é a
prova,
cum pai, ocê
interagi.
Cordé é
arti du povu,
cunta muita da istóia.
Das cousas daqui da
roça,
du qui ficô na
memóia.
Ponha lá tua
emoção,
i termini cum a glóia.
Cumpadi, já ti'agradeçu,
vô currendu
iscrevê!
Minha istória só
cumeça,
precisu pagá pra
vê.
Si num falar nu
casóriu,
pai mi bota pra
corrê!
Vô
dizê du meu amô,
i
cuntá cum emoção.
Falu
na frenti du pai,
peçu
logu permissão.
Num
queru dissi-mi-dissi,
pra
num tê difamação.
Ponhu
a ropa da missa,
jogu
uma água di chêru.
Passu
goma nu cabelu,
mi
infeitu pur inteiru.
Dô
um tratu nu sapatu,
pra
num sair um mau cheiru.
Meu
cumpadi Manué,
vi
lá u pai na quermessi.
É
cabra machu'invocadu.
Faci
antis uma preci!
Eli
vai ti dá uma prensa,
vê
si a fia ôce mereci.
Pru cordé sair bunitu,
já ixpõe essi cunflitu
bem
nu meiu da históia.
Digue
qui ficô aflitu,
apontandu
pra saída,
sem
tê muitu faniquitu.
Agora,
tô indu imbóia.
Tê
deseju boa sorti.
Si
casá tem intenção,
num
isqueça meu cunviti.
Vá'ajuntandu uma pupança
tenhu
muitu du apetiti.
Já
qui ansim eu aprendi,
eu
ansim também ti'insinu.
Passanu
di boca'in boca
qui
cordé vai ixistinu.
I
quem tiver otra forma
seja
muito du benvinu.
Por Luzia M. Cardoso
(Sob heterônimo Tonha dos Cafundó)
Ouro Negro
Ouro negro
O suor pingou no
chão
temperando todo solo.
Semente vingou na mão
do bebê ainda no
colo.
No solo, a haste da cana,
ainda frágil verde
broto.
Na face, fúria insana
de quem faz sangrar o
corpo.
Fenecia na fazenda,
ao pé da plantação.
Sua história
virou lenda,
contada na escuridão.
Mas, teimoso, cresceu forte
no ventre da solidão,
Aos ventos do sul ao norte
e à dor da devastação.
O país
republicano
fez a Constituição
cultivando o desengano
na riqueza da nação.
O tempo que tudo
muda
disse fim à
escravidão?
Liberdade? Não
se iluda
com a tal da abolição.
Sem terra, sem teto, homem,
No mercado um novo dono.
Com o tempo, o que tem
É outono em abandono.
Se café foi
convertido
no mais puro ouro
negro,
Na lage, couro curtido
aos raios do
subemprego.
Abriu-se o chão,
foi-se o pão.
No horizonte, o
calvário.
O azul da amplidão
desbotando no
horário.
A luz do ouro
brilhou,
fino grão de
exportação.
Ao trabalhador restou
a dura vida de cão.
Os frutos, todos
vermelhos,
marcam tempo de
colheita.
Homens, meninos e
velhos
Com a foice à
espreita.
O café
tomou a mata,
sugando sangue d'artéria.
Aos olhos do burocrata,
a vida nunca é
matéria.
Das árvores
fez-se líquido
espirrado para fora.
Nosso café foi
vendido,
levando a floresta
embora.
Luzia M. Cardoso
Poema, foto e edição
Ouro negro
O suor pingou no chão
temperando todo solo.
Semente vingou na mão
do bebê ainda no colo.
Abriu a casca do grão
a ponta do verde broto.
Fugiu do homem a razão
ao rasgar tremendo o corpo.
Feneceu lá na fazenda,
era pé da plantação.
Sua história virou lenda,
contada na escuridão.
Como arbustos cresceu forte,
no ventre da solidão.
Os olhos perderam o norte,
na dor da devastação.
O país republicano
fez a Constituição,
também muito desengano
na riqueza da nação.
O tempo que tudo muda
disse fim à escravidão?
Liberdade? Não se iluda
com a tal da abolição.
O mercado expulsou o homem,
de tudo fez-se o dono.
Com o tempo sempre vem
o outono em abandono.
O café foi convertido
no mais puro ouro negro.
Na lage, couro curtido
aos raios do subemprego.
Abriu-se o chão, foi-se o pão,
no horizonte, o calvário.
O azul da amplidão
desbotou-se no horário.
A luz do ouro brilhou,
fino grão de exportação.
Para o peão só restou
a dura vida de cão.
Os frutos todos vermelhos
marcam tempo de colheita.
Homens, meninos e velhos
a foice fica à espreita.
O café tomou a mata,
sugando a seiva da artéria.
Aos olhos do burocrata,
a vida nunca é matéria.
Das árvores fez-se líquido
espirrado para fora.
Nosso café foi vendido,
levando a floresta embora.
Luzia M. Cardoso
Poema, foto e edição
RJ, Janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
domingo, 2 de janeiro de 2011
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