Drummond diz que no percurso
Encontramos uma pedra
Bem no meio do caminho
Essa pedra qu’ele engendra.
Já vislumbro na jornada
Solitária, desalinho
Com as pedras no caminho
Vejo os que se desesperam
Param, querem desistir
Apesar do que fizeram
Olham as pedras que se seguem
Já temendo em prosseguir
Outros erguem um castelo
Com as pedras do caminho
Sobem parede a parede
Deixam tudo arrumadinho
Lá de dentro, das janelas,
Vão pintando o que sucede
Eu, aqui, com tantas pedras
No caminho que eu trilho
Muitas vezes, nas pequenas
Ao pisar, eu descarrilho
Já as grandes m’emparedam
Se juntando em dezenas.
Não nasci pra desistir
E não gosto de castelos
Então, risco amarelinha
Pulo com pés paralelos
E pulo com um só pé
Olhando o que s’avizinha
Vou pulando amarelinha
Do inferno, vou ao céu
Do céu, desço ao inferno
À direita, o beleléu
À esquerda, o paredão
Meu minuto é eterno
Não me levo muito a sério
À noite, dá pra brincar
Pedra risca a amarelinha
E me mostra onde parar
Agachando, pego a pedra
Ao lançá-la, já é minha
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