Pó Libertário
Se de ser divino eu fosse um sonho,
abraços camaradas mais teria.
Creio, ser pesadelo tão bisonho;
fosso entre centro e periferia.
E eu sendo ou não um pensamento,
insisto, por aqui, nesse sentir.
Sozinha, nesse vento turbulento,
na roda dessa onda de existir.
Divino ou terreno, que me importa?
Girando, sem eixo para agarrar,
ferve o que pulsa minha aorta.
Se são mesmo eternos esses ais,
mesmo que seja um pó nesse cenário,
insisto os meus caminhos rabiscar.
Se pó, serei pólen nos roseirais.
Luzia M. Cardoso
RJ, 11 novembro 2021
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