E-mail a Manuel Bandeira
Prezado Poeta,
Foram-se décadas...
Hoje, àquele bicho que encontraste
na imundice dos págios urbanos,
juntaram-se muitos, e muitos mais.
Todos da mesma espécie!
Disputam, com ratos,
magras carnes de gatos.
Enroscados, qual cachorros,
vão vivendo só de restos.
Numa selva de detritos,
impregnados de lixo,
mosquitos, larvas e baratas.
Todos bichos esquisitos.
No passado, viste um.
Hoje, vemos multidão.
"Por Deus, não são bichos, são Humanos!"
Homens, repastos de outros homens
num triste banquete,
onde os outros, como dantes,
agem como urubus!
Luzia M. Cardoso
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