Sujeito Composto
Aponto a ignorância sem sossego,
gritando quando há dígrafo em tropeço.
Os diferentes, sempre os renego.
Com vocativos, trato os que conheço.
Eu faço dessa regra uma verdade,
sem ver predicado no complemento.
Nas entrelinhas, a minha vaidade,
com hífen entre o sujeito e o que acrescento.
Com letras, eu aumento a minha altura,
valorizando os superlativos
e a humildade, deixo no provérbio.
Confundo purpurinas com cultura.
Com troças, influencio adjetivos.
Pra onde me mandaram é advérbio.
Luzia M. Cardoso
Poema, foto (de grafite nos muros da Leopoldina) e edição
RJ, dezembro de 2010
Ps: Na primeira versão, o poema terminava com este verso: Termino num lugar que é advérbio.
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