Estações
Quando as sombras tomaram
a rampa,
O sol se escondeu.
Nuvens de fumaça acortinaram
o horizonte,
Enquanto milhares de
olhares nublaram ao mar.
E o dia foi tragado
pela noite alta.
A lua, já minguada, declinou
Nas ondas pororocas do
oeste.
E as sombras adentravam
ao salão
já sufocado pela poeira secular,
encantonada por
teias milenares
Que se enredavam aos
castiçais e luminárias.
Um silêncio uivante
invadiu as cercanias,
Enquanto os ouvidos encerados
se afinavam
Às línguas afiadas
das víboras mercantes.
E todas as rosas se fizeram
rubras,
Assim como os cravos
e cravinas,
Os hibiscos, as sempre-vivas...
Intuitivas, as
flores abriram ao vento
As suas sementeiras.
Luzia M. Cardoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário