(Foto de Mariana Xavier.
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Carta à Presidenta
- Luzia M. Cardoso -
Digníssima presidenta,
venho aqui p'ra lhe falar:
sou mulher trabalhadora,
família p'ra sustentar,
meu salário não comporta
carestia à minha porta
nem impostos p'ra pagar.
Ouço notícias d'alianças
(com privados interesses):
Obras caras, vida curta;
Parede que racha e desce;
Estradas esburacadas
Juntam lama d'enxurradas...
E o povo mais padece.
Já não suporto mais ver
Nosso SUS esfarelar.
Tanta gente em sofrimento,
Sem ter com que se tratar;
Emergências sem condições;
Faltam mãos para os plantões;
Prevenção, tampouco há.
Nas escolas, do entorno,
Não vejo investimento:
Salário de quem ensina
Aumenta o sofrimento.
Desdenhada a Educação,
E o futuro da Nação,
Só nos resta o lamento.
Veja, o povo volta à rua
Gritam << Não!>> a mais aumento.
os transportes, tão precários,
Causam aborrecimento.
Todo dia, amassados,
Metrô, trens... Abarrotados,
Causando constrangimento.
Se jovens tomam a rua
Sua luta os encaminha
Para um novo horizonte.
Mas garras, (como convinha?),
Voltam pra calar protestos
Bombas, sprays indigestos.
Matando o que s’avizinha.
Presidenta, eu te confesso,
Esperanças em ti, tinha.
Teus ideais, tua história...
E deles, tu desalinhas?
Não conclamas Equidade?
Não resguardas Liberdade?
Violência não t'aporrinha?
Eu ontem votei em ti, Dilma,
Hoje, tens crítica minha.