Ser ou não Ser?
Talvez, sem saber,
tu sejas assim.
Assim como eu
na forma que fiz.
Quem sabe, até,
sejas mais cativo
de gestos normais,
nas rotinas fatais
dos dias que findam.
Por pouco, quem sabe,
pulaste a cerca,
rompeste a fronteira,
largaste o freio
descendo a ladeira.
Sem medo da massa,
de rachar a cara
de ver em frangalhos
teus nervos de aço.
Ah, talvez digas não
diante de mim,
teu olhar cabisbaixo...
Ou, talvez, traces à boca
um sorriso matreiro
e com olhos faceiros
tu respondas:
"Quem sabe?"
Luzia M. Cardoso
R, 20 de outubro de 2012
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