Sufixos, prefixos e radicais
A língua de cada povo
É no tempo construída
A lei não pode mudar
A regra já acolhida
Há tanto tempo atrás,
Já com nossos ancestrais.
Língua é fruto da lida.
Invasões no Mundo Antigo
Criaram grandes impérios
com povos escravizados,
explorando seus minérios.
Mas a língua dominante
Revelou-se ser mutante
Por todos os hemisférios.
Muita coisa aconteceu
Nos anos que já passaram.
No comércio e nas artes
Os povos se aproximaram.
Do latim, antiga herança,
Ao grego, a língua avança,
Com os povos que'imigraram.
A língua aqui adotada
Do latim originou.
Fala da antiga nobreza
Qu’o povo romano mudou.
Da Península Ibérica,
De navio para a América,
No Brasil ela aportou.
Por aqui temos palavras
D'índios tupis-guaranis:
Maranhão, Pará, baia
Jaguás, macacos, saguis.
Mudou também a sintaxe
E não há nenhum deboche
Se ’’tá, amô” falas daí.
Viajando pela França:
Toullon, Marselle, Paris,
Trouxemos muitas palavras:
Suflê, abajour, menu.
Lembres que vem do inglês
O hambúrguer que tu pedes
No "link" que "clicas" aí.
Com radicais e afixos
Palavras podes formar.
“In”, “des”, “a” pra negação:
“Amoral”, “desinformar”,
“Impróprio”, "indecente”
“Desrespeito” minha gente
É deixar de educar.
Observes sempre a regra,
Se quiseres um plural,
Acrescentando um “s”
À palavra no final.
Feminino, masculino,
Não sou eu que determino,
Flexão é usual.
Mas palavras uniformes
Não mudam conforme o gênero:
Veja “mártir”, “patriota”.
Não há razão pra desespero,
Se arquiteto ou arquiteta,
“O” ou “a” especialista.
Lei pra mudar? Qu'exagero!!!
Toda língua está viva
O dia-a-dia a altera.
Não se muda com Decretos
Uma lógica que’ impera.
A história é a roda.
Ao girar, tudo acomoda
Virando a norma da era.
Se menina ou menino,
Tem Maria, tem João,
E tão pertinho da gente,
Sem boneca, sem pião,
Sem saúde, sem comida,
Com a infância perdida,
Ao alcance da visão.
Nosso povo tão sofrido,
Noite e dia na labuta,
Na indústria e na terra,
Espera outra conduta
De quem seu voto ganhou
No mandato confiou
O comando da batuta.
Tanta gente sem comer,
Sem um teto, sem um chão,
Batendo de porta em porta,
Vendo secar plantação,
Tem a jornada dobrada,
Sem direitos e sem nada,
Sob a lei da exploração.
Ganha força o “Moto-Serra”,
Avança a corrupção.
O desmando já impera
Pelos cantos da Nação.
Hospitais sem emergência,
Doentes sem assistência!
Cadê a legislação?
Luzia M. Cardoso
RJ, 16 de Maio de 2012
LEI Nº 12.605, DE3 DE ABRIL DE 2012.
Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.
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