VIDAS SEM VIDA
Odir, de passagem
A provação o pélago percorre.
O mar vomita vastos vitupérios.
A vida em vagas violentas morre.
O oceano assume os cemitérios.
A natureza em nada lhes socorre.
Sobram corpos nos córregos cimérios.
Poça de sangue do soneto escorre,
há explosões espúrias de impropérios.
O vento é violento. É qual veneno.
Vasta vasos e veias, se não basta
ao próprio mar o poderio pleno.
Vultos sem vida. Quanta vida gasta!
O solo que sobrou se fez pequeno,
demais pequeno para vida vasta...
JPessoa, 11.03.2011
(Referência à catástrofe no Japão)
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